quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Violência

Terror e morte na capital iraquiana
por LUMENA RAPOSO - Hoje

Num balanço provisório, cinco atentados fizeram ontem 127 mortos e 448 feridos em Bagdad. Comandante dos EUA alerta para aumento da violência.
Bagdad viveu ontem um dos seus dias mais mortíferos e aterradores desde o início do ano: cinco carros armadilhados explodiram em diferentes locais da cidade e provocaram, num balanço provisório, 127 mortos e 448 feridos. Esta carnificina, que para alguns tem a marca da Al-Qaeda, aconteceu 24 horas depois de uma escola primária de Bagdad ter sido alvo de um atentado que fez oito mortos, na sua maioria crianças, e 40 feridos.
"Nunca tive tanto medo na minha vida, Já passei por guerras, fiz o serviço militar, mas hoje foi demasiado assustador", disse Abu Haidar ao correspondente do jornal Los Angeles Times em Bagdad. Comerciante no populoso distrito de Shorja, onde estão gabinetes do Ministério das Finanças que foram alvo de ataque, Haidar avança: "Muitas pessoas foram mortas e feridas. Homens, mulheres e crianças que vendiam artigos na rua, estão todos mortos e feridos."
Haidar não é o único a ter medo; muitos outros ficaram em choque perante as cinco explosões que abalaram parte da cidade, não muito longe da Zona Verde, a área mais bem guardada da capital iraquiana, onde funciona o Parlamento e se encontra a embaixada americana.
As cinco viaturas armadilhadas, quatro das quais eram conduzidas por kamikazes, explodiram em locais diferentes de Bagdad, visando essencialmente edifícios governamentais . Uma das viaturas explodiu junto à sede provisória do Ministério das Finanças, cujo anterior edifício já fora destruído no atentado de 19 de Agosto. Um polícia revelou que um kamikaze, a bordo de um miniautocarro armadilhado, entrou no parque de estacionamento do ministério, em Shorja, não longe de um mercado, onde fez explodir o carro. No bairro Mansur, um suicida fez explodir o autocarro armadilhado que conduzia junto ao palácio da Justiça, não muito longe da Escola de Belas Artes, enquanto um terceiro fazia saltar um autocarro armadilhado de cima de um viaduto que leva ao Ministério do Trabalho. O Ministério do Interior e uma patrulha policial, em Dora, foram também alvos de suicidas.
"Os crimes têm a marca do grupo terrorista da Al-Qaeda e dos Baassistas [membros do Partido Baas de Saddam Hussein], apoiados pelo exterior. Os inimigos do Iraque e do seu povo querem criar o caos no país e perturbar as eleições", afirmou o chefe do Governo de Bagdad, Nouri al-Maliki.
Os atentados relegaram para segundo plano o anúncio do adiamento das legislativas para 6 de Março, segundo escrutínio desde a queda de Saddam e decisivo para o futuro do país. Condenados pela comunidade internacional, estes actos terroristas eram esperados: o comandante das tropas dos EUA no Iraque, Ray Oderno,tinha prevenido que tal iria acontecer antes das eleições.
FONTE:
DN GLOBO

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