quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Antárctida

Nível do mar sobe o dobro do previsto até 2100
por PATRÍCIA VIEGAS

Quando estiver reparado o buraco na camada do ozono, o continente gelado estará mais exposto ao aumento de temperaturas dos mares, o que significa uma aceleração do degelo e da subida dos níveis da água. Esta pode chegar, em 2100, aos 1,40 metros, alertou um relatório ontem divulgado em Londres pelo Comité Científico de Pesquisa da Antárctida (SCAR).
Por causa do aquecimentos global, o nível do mar vai subir o dobro do previsto para este século, alertou um relatório divulgado ontem, em Londres, da autoria do Comité Científico de Pesquisa da Antárctida (SCAR).
Assim, em vez de, até 2100, o mar subir entre 28 e 43 centímetros, como previu, há dois anos, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU, pode subir até 1,40 metros.
Isso poderia significar que 10% da população mundial seria obrigada a mudar-se por causa da perda de terras. As cidades costeiras, como Veneza, tornar-se-iam autênticas fortificações. Algumas ilhas, como as Maldivas, poderiam mesmo acabar por desaparecer da face da Terra.
O relatório elaborado por cem cientistas de várias áreas, revisto por duas centenas de outros, refere que o aquecimento dos mares está a acelerar o degelo na parte ocidental da Antárctida.
Ao longo de meio século, a subida de temperaturas foi mascarada no continente pela influência que o buraco na camada do ozono teve nos sistemas globais de pressão de ar.
"A poluição causada por CFC tornou as alterações climáticas mais lentas na Antárctida", disse ao Times John Turner, cientista britânico que entrou no estudo. "É como se tivéssemos um 'cobertor' de ozono e quando o tirámos houve um arrefecimento. E a Antárctida ficou protegida dos impactos do aquecimento global. Mas isso não pode durar para sempre", afirmou o mesmo ao site da BBC.
"A água mais quente está a infiltrar-se nas camadas de gelo da Antárctida Ocidental e a acelerar o fluxo de gelo para o oceano", explicou o responsável.
O buraco do ozono, considerado perigoso para os humanos, para as plantas e animais, deverá estar reparado em 50 anos, depois do que foi estabelecido pelo Protocolo de Montreal.
Quando essa reparação estiver concluída deixará de haver um contrabalanço para manter controladas as alterações climáticas na Antárctida.
Isso poderia significar novos aumentos de temperatura na ordem dos três graus centígrados, fazendo derreter as camadas de gelo no continente e conduzindo a uma possível extinção das espécies vegetais e animais que ali existem actualmente.
FONTE:
DN CIÊNCIA
http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1436115&seccao=Biosfera

Nenhum comentário:

Postar um comentário