Eric Brücher Camara
Enviado especial da BBC Brasil a CopenhagueSarkozy discursou pouco depois de Lula em Copenhague
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, presidente da França, convocaram uma reunião de emergência nesta quinta-feira para viabilizar um acordo na reunião sobre mudança climática das Nações Unidas, em Copenhague.
Sarkozy, que horas antes surpreendera ao defender o Protocolo de Kyoto em seu discurso de abertura, afirmou que a chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, já teriam concordado com a extensão do acordo.
Faltando menos de 24 horas para o encerramento do encontro, Lula admitiu que o entendimento a ser alcançado em Copenhague não será “o mais perfeito”, mas disse que chegou a hora de "construir o acordo que é possível construir".
"Penso que essa proposta de uma reunião representativa dos principais interlocutores regionais permite que cheguemos à assembleia amanhã (sexta-feira) com uma proposta para ser aprovada", disse Lula.
"Se não tivermos a competência de reunir o líderes e tomar decisão, corremos o risco de sermos fotografados como os líderes que não cuidaram do planeta quando era possível."
História
O presidente brasileiro pediu aos jornalistas que observassem os acontecimentos desta quinta-feira sob a perspectiva da História sendo feita.
"Quando vocês forem escrever um livro sobre o que aconteceu em Copenhague, vocês vão dizer: tal dia não tinha acordo e tal dia aconteceu o acordo."
As discussões sobre continuar ou não o Protocolo de Kyoto vêm dividindo países neste encontro. Como os Estados Unidos não são signatários deste tratado, os outros países industrializados resistem a um novo período de compromisso.
Tem muita coisa que nós queremos que já estão nos documentos. Outras faltam, outras entram em colchetes, mas os líderes políticos existem pra isso. Chegou a hora dos líderes sentarem e dizerem: o acordo vai ser esse e aprovar o que for possível (Luiz Inácio Lula da Silva).
Para eles, seria mais interessante assinar um novo tratado, em que todos estivessem presentes, com as mesmas regras e metas para todos os ricos.
Os Estados Unidos defendem ainda a inclusão de metas para os países emergentes neste possível acordo.
Essa última possibilidade, no entanto, é rejeitada categoricamente pelos países em desenvolvimento, que suspeitam que ela seja parte de uma estratégia dos países ricos para se eximir das responsabilidades já assumidas.
África
Na sua coletiva de quinta-feira, Lula voltou a afastar a possibilidade de um novo acordo se afastar de Kyoto.
"Eu penso que não há possibilidade de haver retrocesso, porque todo mundo sabe que embora as responsabilidades sejam de todos, elas têm que ser diferenciadas pelo tempo histórico da emissão de gases do efeito estufa", disse Lula.
"Nisso já há consenso. Para nós é importante a manutenção do princípio do Protocolo de Kyoto. Precisamos de metas claras e objetivas."
Lula destacou também que, em qualquer acordo, será necessário garantir vantagens aos países africanos.
O líder brasileiro afirmou que não se pode separar as noções de combate à mudança do clima e de desenvolvimento.
"Precisamos dar contribuições para que os africanos tenham no século 21 a oportunidade que não tiveram no século 20."
Lula admitiu ainda ter encontrado um "pessimismo exagerado" ao desembarcar em Copenhague.
Paralisação
Na quarta-feira, as negociações passaram praticamente todo o dia suspensas, depois que a presidência dinamarquesa da conferência climática anunciou que apresentaria um novo texto-base.
A iniciativa provocou confusão e irritação entre os negociadores. Nas palavras de um integrante da equipe brasileira, "as pessoas sentiram como se tivessem jogado dois anos de negociação fora".
Nesta quinta-feira, os delegados voltaram a trabalhar nos textos originais, que foram elogiados por Lula.
"Tem muita coisa que nós queremos que já estão nos documentos. Outras faltam, outras entram em colchetes, mas os líderes políticos existem pra isso. Chegou a hora dos líderes sentarem e dizerem: o acordo vai ser esse e aprovar o que for possível."
Sarkozy, que horas antes surpreendera ao defender o Protocolo de Kyoto em seu discurso de abertura, afirmou que a chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, já teriam concordado com a extensão do acordo.
Faltando menos de 24 horas para o encerramento do encontro, Lula admitiu que o entendimento a ser alcançado em Copenhague não será “o mais perfeito”, mas disse que chegou a hora de "construir o acordo que é possível construir".
"Penso que essa proposta de uma reunião representativa dos principais interlocutores regionais permite que cheguemos à assembleia amanhã (sexta-feira) com uma proposta para ser aprovada", disse Lula.
"Se não tivermos a competência de reunir o líderes e tomar decisão, corremos o risco de sermos fotografados como os líderes que não cuidaram do planeta quando era possível."
História
O presidente brasileiro pediu aos jornalistas que observassem os acontecimentos desta quinta-feira sob a perspectiva da História sendo feita.
"Quando vocês forem escrever um livro sobre o que aconteceu em Copenhague, vocês vão dizer: tal dia não tinha acordo e tal dia aconteceu o acordo."
As discussões sobre continuar ou não o Protocolo de Kyoto vêm dividindo países neste encontro. Como os Estados Unidos não são signatários deste tratado, os outros países industrializados resistem a um novo período de compromisso.
Tem muita coisa que nós queremos que já estão nos documentos. Outras faltam, outras entram em colchetes, mas os líderes políticos existem pra isso. Chegou a hora dos líderes sentarem e dizerem: o acordo vai ser esse e aprovar o que for possível (Luiz Inácio Lula da Silva).
Para eles, seria mais interessante assinar um novo tratado, em que todos estivessem presentes, com as mesmas regras e metas para todos os ricos.
Os Estados Unidos defendem ainda a inclusão de metas para os países emergentes neste possível acordo.
Essa última possibilidade, no entanto, é rejeitada categoricamente pelos países em desenvolvimento, que suspeitam que ela seja parte de uma estratégia dos países ricos para se eximir das responsabilidades já assumidas.
África
Na sua coletiva de quinta-feira, Lula voltou a afastar a possibilidade de um novo acordo se afastar de Kyoto.
"Eu penso que não há possibilidade de haver retrocesso, porque todo mundo sabe que embora as responsabilidades sejam de todos, elas têm que ser diferenciadas pelo tempo histórico da emissão de gases do efeito estufa", disse Lula.
"Nisso já há consenso. Para nós é importante a manutenção do princípio do Protocolo de Kyoto. Precisamos de metas claras e objetivas."
Lula destacou também que, em qualquer acordo, será necessário garantir vantagens aos países africanos.
O líder brasileiro afirmou que não se pode separar as noções de combate à mudança do clima e de desenvolvimento.
"Precisamos dar contribuições para que os africanos tenham no século 21 a oportunidade que não tiveram no século 20."
Lula admitiu ainda ter encontrado um "pessimismo exagerado" ao desembarcar em Copenhague.
Paralisação
Na quarta-feira, as negociações passaram praticamente todo o dia suspensas, depois que a presidência dinamarquesa da conferência climática anunciou que apresentaria um novo texto-base.
A iniciativa provocou confusão e irritação entre os negociadores. Nas palavras de um integrante da equipe brasileira, "as pessoas sentiram como se tivessem jogado dois anos de negociação fora".
Nesta quinta-feira, os delegados voltaram a trabalhar nos textos originais, que foram elogiados por Lula.
"Tem muita coisa que nós queremos que já estão nos documentos. Outras faltam, outras entram em colchetes, mas os líderes políticos existem pra isso. Chegou a hora dos líderes sentarem e dizerem: o acordo vai ser esse e aprovar o que for possível."
FONTE:
BBC BRASIL
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