terça-feira, 25 de maio de 2010

Jamaica

"Jesus morreu por nós e nós morremos por Dudus"
por PATRÍCIA VIEGAS Hoje
Polícia assalta a casa do traficante. Este pode ser extraditado.
Kingston está mergulhada numa onda de violência entre as forças estatais e gangues que tentam impedir a extradição de Christopher Dudus Coke para os EUA, onde arrisca passar o resto da sua vida atrás das grades. A capital jamaicana está em estado de emergência. E ao final do dia, a polícia lançou o assalto ao reduto do traficante, depois da morte de dois polícias. Testemunhas disseram à AFP ter visto corpos nas ruas.
O primeiro-ministro Bruce Golding assegurou que "não será permitido aos criminosos colocarem a sociedade em estado de sítio e triunfarem". O estado de emergência, que vigorará um mês, permitirá "combater as potências do mal que minam a sociedade e fazem com que sejamos classificados como a capital mundial do crime", sublinhou o chefe do Governo, que decidiu extraditar o líder do poderoso gangue Shower Poss, depois de ter dito que não o faria.
O mais poderoso grupo de traficantes de droga e armas das Caraíbas tem ramificações nos EUA, onde vende marijuana e crack. Entre Jamaica e EUA terá morto mais de mil pessoas nos anos 80. Mas nem todos acreditam que Dudus seja um criminoso. Os habitantes de Tivoli Gardens, onde foram erguidas barricadas nos últimos dias, consideram que ele preenche as falhas do Governo, distribuindo comida e pagando escolas. "Jesus morreu por nós e nós morreremos por Dudus", pode ler-se num cartaz neste bairro de Kingston. Os media jamaicanos dizem que o traficante é uma espécie de padrinho para os residentes daquela zona da capital da ilha, que tem 2,8 milhões de habitantes.
A Jamaica é um destino privilegiado para turistas e neste momento há já alguns países, como EUA, Reino Unido e Canadá, a desaconselhar os seus cidadãos a viajar para lá.

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