Segurança
Medo de sismos leva líder do Irão a querer nova capital
por LUMENA RAPOSO - Hoje
Medo de sismos leva líder do Irão a querer nova capital
por LUMENA RAPOSO - Hoje
Proposta de Ali Khamenei prende-se com o alerta lançado pelos sismólogos sobre a eventualidade de Teerão não resistir a um terramoto. A cidade está assente sobre cem falhas tectónicas, uma das quais com 90km de comprimento.
O destino da cidade de Teerão, que já no século XVIII era a capital da antiga Pérsia, está traçado: a prazo - e, tudo indica, não a muito longo prazo - irá deixar de ser a capital da República Islâmica do Irão. Ainda não está determinado se a sua sucessora será construída de raiz ou se a escolha irá recair sobre uma das muitas cidades plenas de história que o país possui.
A proposta de mudança de capital foi feita pelo Supremo Líder do país, o ayatollah Ali Khamenei, e aprovada pelo Conselho de Prudência, revelou o diário britânico The Guardian. Esta instituição, que não é eleita e e depende directamente de Khamenei, tem como missão aconselhar e, desde 2005, recebeu do Supremo Líder o poder de supervisionar todos os sectores do Executivo.
Na origem da proposta de Ali Khamenei esteve o alerta lançado pelos sismólogos sobre o risco que Teerão corre de sofrer, num futuro próximo, um terramoto de proporções catastróficas.
De acordo com a opinião dos peritos, a capital iraniana assenta em, pelo menos, cem falhas tectónicas - uma das quais tem cerca de 90 quilómetros de comprimento - e muitos dos seus edifícios não suportariam um terramoto.
O professor Bahram Akasheh, sismólogo e decano da faculdade de ciências da Universidade Azad em Teerão, afirmou que a cidade tinha sido escolhida para capital "por engano" e que os seus subúrbios do nordeste são vulneráveis a um tremor de terra de oito graus na escala de Richter.
Em declarações ao Guardian, o professor afirmou: "Alertei para isto há cerca de 40 ou 50 anos e se, então, me tivessem dado ouvidos, Teerão não se teria transformado numa cidade enorme; mas agora perdeu-se o controlo sobre ela. A cidade está a crescer de dia para dia, tal como estão a crescer os seus pobres subúrbios."
Transformada em capital em 1795, Teerão tornou-se no centro político, social, económico e cultural do país.
Na época do Xá, a capital persa transforma-se no pólo de atracção de quem deixava o campo à procura de melhores condições de vida e a sua população - 250 mil no início do século XX - aumenta rapidamente e atinge, hoje, os 12 milhões, com consequências nefastas para as suas infra-estruturas.
Planos para uma nova capital foram feitos há mais de 20 anos, mas os responsáveis iranianos só começaram a dar-lhes atenção em 2003 quando um terramoto devastou Bam, subúrbio sudeste da cidade, e matou cerca de 40 mil pessoas.
Na opinião do catedrático da universidade de Azad, a nova capital iraniana deveria ser construída entre a cidade santa de Qom - sede dos religiosos - e Delijan, na província Markazi, uma região que há dois mil anos não sofre qualquer tremor de terra.
A hipótese lançada pelo sismólogo faz algum sentido e poderá mesmo ser aproveitada pelo Governo do Presidente Mahmud Ahamadinejad que, até ao momento, ainda não se pronunciou sobre o assunto.
O destino da cidade de Teerão, que já no século XVIII era a capital da antiga Pérsia, está traçado: a prazo - e, tudo indica, não a muito longo prazo - irá deixar de ser a capital da República Islâmica do Irão. Ainda não está determinado se a sua sucessora será construída de raiz ou se a escolha irá recair sobre uma das muitas cidades plenas de história que o país possui.
A proposta de mudança de capital foi feita pelo Supremo Líder do país, o ayatollah Ali Khamenei, e aprovada pelo Conselho de Prudência, revelou o diário britânico The Guardian. Esta instituição, que não é eleita e e depende directamente de Khamenei, tem como missão aconselhar e, desde 2005, recebeu do Supremo Líder o poder de supervisionar todos os sectores do Executivo.
Na origem da proposta de Ali Khamenei esteve o alerta lançado pelos sismólogos sobre o risco que Teerão corre de sofrer, num futuro próximo, um terramoto de proporções catastróficas.
De acordo com a opinião dos peritos, a capital iraniana assenta em, pelo menos, cem falhas tectónicas - uma das quais tem cerca de 90 quilómetros de comprimento - e muitos dos seus edifícios não suportariam um terramoto.
O professor Bahram Akasheh, sismólogo e decano da faculdade de ciências da Universidade Azad em Teerão, afirmou que a cidade tinha sido escolhida para capital "por engano" e que os seus subúrbios do nordeste são vulneráveis a um tremor de terra de oito graus na escala de Richter.
Em declarações ao Guardian, o professor afirmou: "Alertei para isto há cerca de 40 ou 50 anos e se, então, me tivessem dado ouvidos, Teerão não se teria transformado numa cidade enorme; mas agora perdeu-se o controlo sobre ela. A cidade está a crescer de dia para dia, tal como estão a crescer os seus pobres subúrbios."
Transformada em capital em 1795, Teerão tornou-se no centro político, social, económico e cultural do país.
Na época do Xá, a capital persa transforma-se no pólo de atracção de quem deixava o campo à procura de melhores condições de vida e a sua população - 250 mil no início do século XX - aumenta rapidamente e atinge, hoje, os 12 milhões, com consequências nefastas para as suas infra-estruturas.
Planos para uma nova capital foram feitos há mais de 20 anos, mas os responsáveis iranianos só começaram a dar-lhes atenção em 2003 quando um terramoto devastou Bam, subúrbio sudeste da cidade, e matou cerca de 40 mil pessoas.
Na opinião do catedrático da universidade de Azad, a nova capital iraniana deveria ser construída entre a cidade santa de Qom - sede dos religiosos - e Delijan, na província Markazi, uma região que há dois mil anos não sofre qualquer tremor de terra.
A hipótese lançada pelo sismólogo faz algum sentido e poderá mesmo ser aproveitada pelo Governo do Presidente Mahmud Ahamadinejad que, até ao momento, ainda não se pronunciou sobre o assunto.
FONTE:
DN GLOBO
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