domingo, 22 de novembro de 2009

APEDREJAMENTO

Somali apedrejada até à morte por alegado adultério
por PATRÍCIA VIEGAS19 Novembro 2009

Apesar de ser divorciada, mulher jovem, que deu à luz um bebé morto, foi castigada. A assistir estavam duas centenas de pessoas

A milícia islâmica Al-Shabab ordenou o apedrejamento até à morte de uma somali, de 20 anos, alegadamente por ter cometido adultério com um homem solteiro. Não importou o facto de ela própria ser divorciada, pois, de acordo com a visão radical do islão em prática nas zonas do país que as milícias controlam, uma pessoa que já foi casada não pode voltar a ter uma relação amorosa com mais ninguém.

As notícias vindas de uma aldeia próxima de Wajid, a 400 quilómetros de Mogadíscio, dizem que a jovem foi enterrada até ao peito e morta à pedrada na terça--feira à tarde. Para assistir à execução da sentença, reuniram-se duas centenas de pessoas.

Antes de ter sido apedreja- da, por ordem de um juiz que trabalha para as milícias Al-Shabab, o xeque Ibrahim Abdirahman, a mulher somali dera à luz um bebé que já nasceu morto.

O namorado solteiro, nove anos mais velho do que ela, ficou-se pelas cem chicotadas. Teve mais sorte do que um outro homem que no início do mês foi apedrejado até à morte, no porto de Merka, a sul da capital, por cometer adultério. A namorada foi poupada na altura, mas depois de dar à luz será certamente também castigada.

As milícias Al-Shabab, que também são financiadas pela indústria da pirataria que opera ao largo da Somália, controla já várias regiões do Sul. Nelas impõe uma visão restrita da Sharia, a lei seguida pelos islâmicos. No início do ano o islamita moderado Sharif Sheikh Ahmed foi nomeado presidente no decorrer das negociações de paz patrocinadas pela ONU. Mas os radicais dizem que ele é muito permissivo.

FONTE:

DN GLOBO

http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1424240&seccao=%C1frica

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