terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ambiente
300 mil mortes/ano atribuíveis às alterações climáticas
por PEDRO SOUSA TAVARES - Hoje

ONG Fundação para a Justiça Ambiental alerta que 325 milhões de pessoas são afectadas todos os anos pelas mudanças climáticas, que representam prejuízos superiores a 84 mil milhões de euros . E avisa que perto de 10% da população do planeta estão em situação de "risco extremo". Até 2050, o clima pode provocar 150 milhões de deslocados.
Trezentas mil mortes anuais. Cerca de 325 milhões de pessoas afectadas. Prejuízos da ordem dos 84, 3 mil milhões de euros. É esta a factura que - segundo a ONG britânica Fundação para Justiça Ambiental (EJF) - já é atribuível às alterações climáticas. Números que comprovam estar em causa não apenas um motivo de preocupação para o futuro, mas um problema com efeitos bem presentes.
No relatório "Não há lugar como a nossa casa: que destino para os refugiados do clima", divulgado hoje, a EJF vai ainda mais longe estimando quatro mil milhões de pessoas estão "vulneráveis" ao aquecimento global e que 500 a 600 milhões - 10% da população do planeta - se encontram já numa situação de "risco extremo".
Para esta ONG, o reflexo mais dramático das mudanças em curso serão os "refugiados do clima", que calcula poderem ascender aos 150 milhões em 2050.
Contas que a EJF faz recorrendo a relatórios e estimativas actuais, nomeadamente do painel intergovernamental das Nações Unidas para asAlterações Climáticas (IPCC), cujas conclusões de 2007 apontavam para a ocorrência de 400 desastres relacionados com o clima todos os anos, que obrigam à "assistência imediata" de 90 milhões de pessoas.
De resto, esta organização deixa bem claro o seu desprezo pelas teorias desvalorizando o real impacto do aquecimento global, bem como o papel da acção humana nesse processo.
"Há esmagadoras e inequívocas provas de que as alterações climáticas estão a acontecer", afirma a EJF, enumerando "impactos no nível do mar, cheias, secas, tempestades e outros eventos climáticos extremos".
Tudo isto, com a agravante de serem "as comunidades mais pobres, mais marginalizadas e mais remotas do mundo" a sofrer as principais consequências. Apoiá-las, acrescenta a ONG, é obrigatório, porque há consequências já inevitáveis, "mesmo com imediatas e robustas medidas aprovadas e implementadas".
Só em África, refere, "cerca de 10 milhões de pessoas migraram ou foram deslocadas nas duas últimas décadas devido à degradação ambiental e á desertificação.
Os impactos globais para os países em vias de desenvolvimento, alerta a EJF, deverão abranger "centenas de milhões de pessoas", deslocadas só pelo efeito da subida da água do mar. Em muitos países, por outro lado, deverá ser "a falta de água" a gerar fome e epidemias, além dos conflitos inerentes que poderão estalar em pelo menos "46 países".
FONTE:
DN GLOBO

Nenhum comentário:

Postar um comentário