sexta-feira, 12 de março de 2010

Lições de uma Jovem Enfermeira

Lições de uma Jovem Enfermeira
Em um artigo da Campus Life [A Vida no Campus], uma jovem enfermeira escreve sobre sua luta para aprender a enxergar em uma paciente a imagem de Deus sob um “doloroso disfarce”.
Eileen foi uma de suas primeiras pacientes, um caso completamente sem esperanças. “Um aneurisma cerebral (rompimento de veias no cérebro)”, escreve a enfermeira, “impedia que ela tivesse consciência do que ocorria em todo o seu corpo.” Logo os médicos concluíram que Eileen estava totalmente inconsciente, incapaz de sentir dor e alheia a tudo o que se passava a seu redor.
A equipe de enfermagem do hospital tinha a responsabilidade de virá-la no leito a cada hora para evitar a formação de escaras e de alimentá-la duas vezes por dia “com uma espécie de mingau ralo que passava por um tubo até chegar ao estômago”. Cuidar dela era uma tarefa ingrata.
— Em estados tão graves como esse — dissera-lhe uma enfermeira mais antiga do hospital —‘ você precisa desligar-se emocionalmente da situação.
Em conseqüência disso, Eileen começou a ser tratada cada vez mais como um objeto, um vegetal...
A jovem enfermeira, porém, decidiu que não trataria aquela paciente assim. Ela conversava com Eileen, cantava para ela, incentivava-a e chegou até a presenteá-la com algumas lembrancinhas. Certo dia, quando a situação ficou realmente muito complicada, sendo a ocasião ideal para a jovem enfermeira descarregar toda a sua frustração sobre a paciente, ela, pelo contrário, agiu com extrema bondade. Era o Dia de Ações de Graças, e a enfermeira disse à paciente:
— Eu estava muito mal-humorada esta manhã, Eileen, porque hoje seria o meu dia de folga. Mas, agora que estou aqui, sinto-me feliz. Eu não poderia deixar de vê-la no Dia de Ação de Graças. Você sabia que hoje é Dia de Ação de Graças?
Nesse exato momento, o telefone tocou. Enquanto se virava para atendê-lo, a enfermeira olhou de relance para a paciente. Ela relatou:Eileen estava “olhando para mim... chorando. Grandes lágrimas caíam sobre o travesseiro, e seu corpo inteiro tremia”.
Aquela única manifestação de emoção que Eileen deixou transparecer foi suficiente para mudar a atitude de todos os funcionários do hospital em relação a ela.
Pouco tempo depois, Eileen faleceu. A jovem enfermeira encerra seu artigo dizendo:
“Continuo a pensar nela... Ocorreu-me que devo muito a ela. Se não fosse Eileen, eu jamais saberia o que significa dedicar-se a alguém que não pode oferecer nada em troca.- Rebecca Manley Pippert, em Histórias Para o Coração.
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