terça-feira, 9 de março de 2010

Hilversum, Holanda

Explosão oxigenada na Holanda
Por Martijn van Tol
(Foto: Flickr/jacco de boer)
"O país que no passado era caracterizado por sua tolerância”. Assim a Holanda tem sido descrita na imprensa internacional. O sucesso do partido anti-imigração do político Geert Wilders nas eleições municipais da última quarta-feira não passou despercebido em outros países.
O Partido da Liberdade (PVV) teve ótima votação nas duas cidades em que participou da eleição para a câmara municipal. O partido alerta contra a ‘islamização’ da Holanda e tem apostado suas fichas na questão da segurança - o PVV quer instalar ‘comandos municipais’ para manter a ordem nas ruas.
As reações na imprensa internacional vão de espanto e desilusão até cumprimentos.
Bomba
‘Uma bomba loura explodiu na Holanda’, escreve o Times britânico. “E a bomba está a caminho da Inglaterra à procura de uma boa briga”. O jornal faz referência à visita do líder do PVV, Geert Wilders, à House of Lords, onde irá apresentar seu filme anti-islã ‘Fitna’.
‘Holanda dá uma guinada para a direita’, destaca a imprensa alemã. O jornal Münchner Merkur vai ainda mais longe: “O político de extrema-direita Wilders evita uma discussão real sobre questões relacionadas ao islã e continua a incitar o ódio aos estrangeiros”. O jornal usa um tom cortante: “Como se tivesse que defender a Holanda contra hordas medievais, ele usa o medo e preconceitos burros, sobre os quais não cansa de martelar. Wilders faz uso de argumentos idiotas”.
Xenofobia
O jornal dinamarquês Politiken escreve que a extrema-direita é hoje um desafio ainda maior para a Europa democrática do que foi a esquerda dogmática dos anos 70. E de acordo com o espanhol El País, a “direita xenofóbica” está em franco progresso na Holanda.
No website do canal árabe Al Jazeera também se discute sobre a popularidade do PVV: “Muçulmanos holandeses têm que se impor com todos os meios contra leis anti-islã”, escreve um leitor. Segundo um outro leitor, a ameaça não é tão grande quanto parece: “Isto é mais uma tempestade num copo d’água. Wilders não tem tanto apoio assim dos holandeses. Ele tem que andar protegido em seu próprio país, isso já diz o suficiente”.
O sucesso de Wilders deve ser visto como consequência do fato de que um crescente grupo de holandeses está farto dos imigrantes, escreve o New York Times. “O medo do desconhecido contribuiu para que Wilders tivesse um bom resultado”.
Modelo
O canal de televisão belga RTBF tem uma visão diferente: “O radical de direita e xenófobo Wilders se beneficiou do difícil momento econômico”.
Mas do mesmo país também vêm cumprimentos: “A Holanda agora é um modelo para os que querem tomar as rédeas em seus próprios países”, diz o site belga Skynet pela boca de Filip Dewinter, líder do partido nacionalista de direita Vlams Blok.
No dia 9 de junho acontecem as eleições nacionais na Holanda. De acordo com todas as pesquisas o PVV de Geert Wilders terá uma grande quantidade de votos. Uma delas inclusive prevê que o PVV será o maior partido do país.
FONTE:
RADIO NEDERLAND WERELDOMROEP - HOLANDA

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