domingo, 14 de março de 2010

DENÚNCIA

Denúncia de desvio na ajuda alimentar à Somália
Data de publicação : 12 Março 2010 - 11:44am

O Programa Alimentar Mundial (PAM), da ONU, nega as denúncias de que mais da metade dos alimentos que fornece à Somália está sendo desviada. Um relatório crítico de uma outra organização da ONU, o Grupo de Monitoramento sobre a Somália, diz que a maioria dos suprimentos está indo para pessoas que não deveriam recebê-los.
Greg Barrow, do PAM, disse à Radio Nederland que as alegações são infundadas. “Até onde sabemos, por nosso próprios métodos de monitoramento, os alimentos que levamos para a Somália estão chegando a seu destino”, ele diz. “Fizemos nossa própria investigação no ano passado e descobrimos que uma pequena quantidade de alimentos estava sendo desviada em algumas áreas, mas em nenhum lugar era mais que 2%.”
DesvioNo entanto, o Grupo de Monitoramento sobre a Somália diz que os alimentos levados ao país são distribuídos por meio de vários parceiros do PAM, que desviam as doações e dividem os lucros. De acordo com o relatório, em torno de 30% ficam para o parceiro, 10% para quem faz o transporte e 10% para grupos armados que controlam a área.
Os restantes 40% a 50% dos alimentos são distribuídos para a população. “O sistema oferece uma variedade de oportunidades para o desvio ao longo da cadeia de abastecimento”, diz o Grupo de Monitoramento.
O documento também condena a forma de distribuição da comida, que supostamente está sendo realizada por apenas três empresas de transporte somalis. De acordo com o relatório, os contratos valem milhões de dólares e tornaram os donos destas companhias muito ricos. “Por mais de 12 anos, entregas de doações do PAM foram dominadas por três indivíduos e seus familiares, que se tornaram algumas das pessoas mais abastadas e influentes na Somália”, acusa o Grupo de Monitoramento.
O PAM admite que esta afirmação “levanta algumas questões”. “Até que tenhamos a chance de verificar isso, sentimos que fazia mais sentido suspender qualquer contrato futuro”, diz Barrow. “Isso significa que teremos que encontrar outros canais de distribuição. Estamos conversando com outras transportadoras.”
Sem acessoBarrow diz que o PAM não está em posição de checar as contas bancárias das empresas para ver se as alegações do Grupo de Monitoramento sobre seus lucros são verdadeiras. “Como uma organização de ajuda humanitária, não temos acesso a estas contas. Não podemos e não iremos checar a posição financeira destas empresas.”
O Grupo de Monitoramento sobre a Somália também afirma que parte dos alimentos está indo para grupos armados que controlam as áreas em que a comida é distribuída. Diz ainda que a provisão de ajuda alimentar se transformou em um “negócio militarizado, com empresários mantendo suas próprias milícias para proteger seus depósitos, comboios e pontos de distribuição”.
Os Estados Unidos expressaram preocupação de que parte da ajuda estrangeira para a Somália esteja caindo nas mãos do al-Shabaab, grupo insurgente muçulmano que controla grande parte do sul da Somália e da capital, Mogadishu.

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