Data de publicação : 9 Abril 2010 - 9:58am
Por Keerthana Nagarajan (Foto: Flickr/skittzitilby)
Na semana passada, Lakshman Tekam, de 35 anos, recebeu outra carta do banco. Ele acabava de voltar de mais uma tentativa em vão de vender seus últimos bens – seus novilhos.
Mas ele não conseguiu encontrar um comprador. Então não viu outra alternativa: tirou sua própria vida. Sua dívida era de 40 mil rúpias – cerca de 1600 reais.
Tekam deixou sua esposa, Annapoorna, de 25 anos, e três crianças menores de três anos. Annapoorna tem anemia e não pode amamentar seu filho de seis meses. A jovem viúva não tem nenhuma outra fonte de renda.
Tekam é apenas um dos dez plantadores de algodão endividados que se suicidou na semana passada no vilarejo de Mangi, que tem uma população de apenas 600 habitantes. É um dos 15 mil povoados da região de Vidarbha que está sofrendo com uma das secas mais severas dos últimos anos.
Kishore Tiwaari é o presidente da Vidarbha Jan Andolan Samiti, uma organização não-governamental que apóia os agricultores de Vidarbha. Estima-se que 7300 agricultores se mataram desde 2004 – ano em que o governo introduziu uma política para a plantação do algodão BT, uma variação geneticamente modificada de algodão.
Tiwari acredita que há uma correlação direta entre esta política governamental e o aumento do número de suicídios.
“O algodão BT é um grão que precisa de chuva, mas esta é uma área seca. Perdeu-se mais de 95% da colheita de 3 milhões de agricultores na região. O suicídio virou algo cotidiano. A maioria que vive nessas vilas tem famílias grandes. Eles têm de pagar pela educação dos seus filhos; precisam de dinheiro para casar suas filhas; precisam cuidar de parentes idosos. O número de mortos esse ano já passa de 200.”
A organização de Tiwari vem pedindo o banimento do algodão BT, mas o governo ainda não respondeu. E Tiwari também é crítico à maneira como o governo reage às necessidades mais urgentes dos moradores dessa região.
“Faz três dias que eles estão esperando um carro-pipa chegar. E até agora não chegou. O verão mal começou e já faz 45 graus. O carro-pipa distribui 5 mil litros de água no vilarejo. Cada família tem que ficar numa fila por horas para encher seus potes, mas a água seca rapidamente e eles só ganham cerca de 2 litros de água, que precisam usar para cozinhar, lavar, tomar banho. E é difícil sobrar água para o gado.”
Enquanto isso, a vida de Anapoorna e de outras viúvas de Vidarbha parece sombria - a maioria dessas mulheres são jovens, precisam cuidar sozinhas de seus filhos e praticamente não recebem ajuda do governo.
Na semana passada, Lakshman Tekam, de 35 anos, recebeu outra carta do banco. Ele acabava de voltar de mais uma tentativa em vão de vender seus últimos bens – seus novilhos.
Mas ele não conseguiu encontrar um comprador. Então não viu outra alternativa: tirou sua própria vida. Sua dívida era de 40 mil rúpias – cerca de 1600 reais.
Tekam deixou sua esposa, Annapoorna, de 25 anos, e três crianças menores de três anos. Annapoorna tem anemia e não pode amamentar seu filho de seis meses. A jovem viúva não tem nenhuma outra fonte de renda.
Tekam é apenas um dos dez plantadores de algodão endividados que se suicidou na semana passada no vilarejo de Mangi, que tem uma população de apenas 600 habitantes. É um dos 15 mil povoados da região de Vidarbha que está sofrendo com uma das secas mais severas dos últimos anos.
Kishore Tiwaari é o presidente da Vidarbha Jan Andolan Samiti, uma organização não-governamental que apóia os agricultores de Vidarbha. Estima-se que 7300 agricultores se mataram desde 2004 – ano em que o governo introduziu uma política para a plantação do algodão BT, uma variação geneticamente modificada de algodão.
Tiwari acredita que há uma correlação direta entre esta política governamental e o aumento do número de suicídios.
“O algodão BT é um grão que precisa de chuva, mas esta é uma área seca. Perdeu-se mais de 95% da colheita de 3 milhões de agricultores na região. O suicídio virou algo cotidiano. A maioria que vive nessas vilas tem famílias grandes. Eles têm de pagar pela educação dos seus filhos; precisam de dinheiro para casar suas filhas; precisam cuidar de parentes idosos. O número de mortos esse ano já passa de 200.”
A organização de Tiwari vem pedindo o banimento do algodão BT, mas o governo ainda não respondeu. E Tiwari também é crítico à maneira como o governo reage às necessidades mais urgentes dos moradores dessa região.
“Faz três dias que eles estão esperando um carro-pipa chegar. E até agora não chegou. O verão mal começou e já faz 45 graus. O carro-pipa distribui 5 mil litros de água no vilarejo. Cada família tem que ficar numa fila por horas para encher seus potes, mas a água seca rapidamente e eles só ganham cerca de 2 litros de água, que precisam usar para cozinhar, lavar, tomar banho. E é difícil sobrar água para o gado.”
Enquanto isso, a vida de Anapoorna e de outras viúvas de Vidarbha parece sombria - a maioria dessas mulheres são jovens, precisam cuidar sozinhas de seus filhos e praticamente não recebem ajuda do governo.
FONTE:
RADIO NEDERLAND WERELDOMROEP - HOLANDA
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