Tratores coloridos invadem Paris, em protesto de agricultores
França/Agricultura -
Artigo publicado em 27 de Abril de 2010 - Atualizado em 27 de Abril de 2010
Leticia ConstantFrança/Agricultura -
Artigo publicado em 27 de Abril de 2010 - Atualizado em 27 de Abril de 2010
Manifestação dos agricultores em Paris.Reuters
Catorze federações regionais de sindicatos agrícolas organizaram uma megamanifestação na capital, contra a baixa dos preços de seus produtos. O exemplo mais crítico é o do setor cerealista, que registrou queda de 50% no ano passado.
O protesto foi bem organizado e poderia até parecer um desfile, não fôssem os cartazes e palavras de ordem contra o governo. Milhares de agricultores, ao volante de tratores supermodernos e coloridos, percorreram as ruas dos bairros de Bastilha e République, a fim de sensibilizar as autoridades e a população sobre a crise do setor. Apesar do contexto extremamente grave, o ambiente foi pacífico e alegre, com os agricultores posando para fotos para turistas e passantes, ao lado de seus belos veículos. A manifestação foi apoiada pelos comerciantes locais, que aplaudíam em sinal de solidariedade. « Eles não ganham mais nada, assim como nós », disse o dono de uma loja de livros e Cds, no Boulevard Beaumarchais, perto da Praça da Bastillha.
Crise do setor
A França é o maior produtor agrícola da União Europeia, mas a posição de liderança não basta para garantir a satisfação dos profissionais do setor. Segundo o principal sindicato nacional dos agricultores, a renda deles caiu 34% no ano passado. Só no ramo de cereais, a queda foi ainda maior: 50%.Nessa terça-feira, em Paris, os manifestantes organizaram um protesto contra a baixa dos preços dos produtos agrícolas no mercado, os mais baixos dos últimos 20 anos. Para o presidente de um sindicato da região de Île de France, que inclui a capital, se nenhuma medida for apresentada rapidamente pelo governo frances, 1/3 das grandes culturas agricolas do país pode desaparecer em 2011.
Os produtores, principalmente os cerealistas, exigem ajuda para as atividades de exportação e de estocagem, além de recursos financeiros extras para manterem suas produções. Outra preocupação dos agricultores é o futuro da PAC, a Política Agricola Comum, criada pelos governos europeus nos anos 60 como forma de proteger o setor da concorrência externa. Os franceses, que até hoje eram os maiores beneficiados pelas normas da PAC, temem a perda desses subsídios. O presidente Nicolas Sarkozy já tinha prometido rever a política do governo para o setor, mas as conclusões só devem sair em dezembro. Para os agricultores, já será tarde demais para resolver a crise atual.
O protesto foi bem organizado e poderia até parecer um desfile, não fôssem os cartazes e palavras de ordem contra o governo. Milhares de agricultores, ao volante de tratores supermodernos e coloridos, percorreram as ruas dos bairros de Bastilha e République, a fim de sensibilizar as autoridades e a população sobre a crise do setor. Apesar do contexto extremamente grave, o ambiente foi pacífico e alegre, com os agricultores posando para fotos para turistas e passantes, ao lado de seus belos veículos. A manifestação foi apoiada pelos comerciantes locais, que aplaudíam em sinal de solidariedade. « Eles não ganham mais nada, assim como nós », disse o dono de uma loja de livros e Cds, no Boulevard Beaumarchais, perto da Praça da Bastillha.
Crise do setor
A França é o maior produtor agrícola da União Europeia, mas a posição de liderança não basta para garantir a satisfação dos profissionais do setor. Segundo o principal sindicato nacional dos agricultores, a renda deles caiu 34% no ano passado. Só no ramo de cereais, a queda foi ainda maior: 50%.Nessa terça-feira, em Paris, os manifestantes organizaram um protesto contra a baixa dos preços dos produtos agrícolas no mercado, os mais baixos dos últimos 20 anos. Para o presidente de um sindicato da região de Île de France, que inclui a capital, se nenhuma medida for apresentada rapidamente pelo governo frances, 1/3 das grandes culturas agricolas do país pode desaparecer em 2011.
Os produtores, principalmente os cerealistas, exigem ajuda para as atividades de exportação e de estocagem, além de recursos financeiros extras para manterem suas produções. Outra preocupação dos agricultores é o futuro da PAC, a Política Agricola Comum, criada pelos governos europeus nos anos 60 como forma de proteger o setor da concorrência externa. Os franceses, que até hoje eram os maiores beneficiados pelas normas da PAC, temem a perda desses subsídios. O presidente Nicolas Sarkozy já tinha prometido rever a política do governo para o setor, mas as conclusões só devem sair em dezembro. Para os agricultores, já será tarde demais para resolver a crise atual.
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