quinta-feira, 15 de abril de 2010

Península Ibérica

Península Ibérica. Três vezes mais quente do que o resto do planeta
por Mariana de Araújo Barbosa, Publicado em 15 de Abril de 2010

Aumento de temperaturas é assustador e reflexo "muito evidente" da acção humana
Portugal e Espanha são dos países em que as temperaturas mais aumentaram nos últimos trinta anos: 0,5ºC por década, desde 1975. De acordo com o relatório "Clima em Espanha: passado, presente e futuro", apresentado esta semana pelo Ministério do Ambiente espanhol, os Verões serão cada vez mais quentes e mais difíceis de suportar. O aumento da temperatura média na Península Ibérica supera em 50% a média do aquecimento global do restante hemisfério norte e é quase três vezes superior aos valores globais.
Ainda que se mantenham muitas incertezas - em função dos modelos de medição de temperatura utilizados -, a média dos 16 modelos europeus dos últimos 30 anos coincide: temperaturas mais elevadas, especialmente no trimestre entre Junho e Agosto e 5,41ºC a mais, em média.
O estudo espanhol, organizado pela rede temática Clivar-España - que analisa a evolução das temperaturas ao longo dos anos - alerta para uma subida generalizada das temperaturas médias, mas acrescenta que também a chuva será mais escassa: deverá diminuir 30% até 2070. "Nas chuvas existe ainda mais incerteza do que nas temperaturas", assegura Marcos García, um dos especialistas que participou na reunião dos dados existentes, uma compilação das temperaturas entre 1901 e 2005.
Altas temperaturas
Se os anos 50 foram secos, os 60 e os 70 húmidos, vive-se agora três décadas de clima seco. Os dados revelam que se em 1901, a temperatura média aumentou 0,13ºC por década, entre 1973 e 2005, a evolução das temperaturas ganhou uma rapidez inédita: "quase meio grau por cada dez anos", assegura Ileana Bladé, especialista em clima da Universidade de Barcelona. No entanto, de acordo com o meteorologista Anthímio de Azevedo, "é impossível prever exactamente o que se passará nos próximos anos", porque a meteorologia não "obedece a regras nem compensações".
Discutir a água
A escassez e gestão dos recursos hídricos estiveram em discussão em Barcelona. Os 43 membros da União pelo Mediterrâneo (UpM) não chegaram a acordo sobre o assunto, sobretudo no que respeita à partilha na região que serve de palco ao conflito israelo-árabe.
De acordo com um alerta das Nações Unidas, ainda antes de 2025, 290 milhões de pessoas que vivem em países perto de rios terão o acesso limitado à água, o que será motivo de grandes conflitos sociais e territoriais dos quais a ONU não consegue ainda prever as consequências. Actualmente, 47 milhões de habitantes que vivem em países mediterrânicos não têm acesso a água tratada.
FONTE:
IONLINE - PORTUGAL

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