Atentados no Daguestão, dois dias após os de Moscovo, visaram esquadra de polícia
A guerrilha islâmica do Cáucaso voltou ontem a matar num duplo atentado terrorista, desta vez em frente de uma esquadra de polícia da cidade de Kizlyar, na república russa do Daguestão. Doze pessoas, entre as quais nove polícias, morreram no ataque levado a cabo por dois bombistas suicidas, tal como acontecera há dois dias em pleno metro de Moscovo.
Apesar de a gravação não fazer referência aos atentados de ontem, é altamente provável que na sua origem estejam os mesmo rebeldes. O próprio primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, disse na televisão que não exclui que "o mesmo grupo seja responsável".
As autoridades do Daguestão indicaram que o primeiro atentado foi provocado por um suicida que estava dentro de um carro armadilhado com cerca de 200 quilos de explosivos e que o segundo, realizado vinte minutos depois, foi executado por um suicida que estava disfarçado de polícia e carregado com quilo e meio de uma substância equivalente ao TNT.
"Trata-se evidentemente de um ataque planeado com o objectivo de matar polícias", disse um porta--voz do Ministério do Interior local que prestou declarações a coberto do anonimato à AFP. As imagens transmitidas pela televisão russa mostram uma cratera de vários metros aberta no solo e restos de viaturas carbonizadas.
Os atentados terroristas são frequentes no Daguestão, embora este seja um dos mais mortíferos dos últimos oito anos. A república, onde vivem cerca de dois milhões e meio de habitantes, abriga várias etnias de maioria muçulmana. Militares, polícias e funcionários públicos são alvos habituais.
À semelhança de outras repúblicas russas do Cáucaso do Norte, como a chechena e a inguche, o Daguestão é há várias semanas palco de confrontos mortíferos entre os rebeldes islamitas e as forças de segurança. O seu presidente, Magomedsalam Magomedov, pertence à etnia kumyk, que é a terceira mais importante, a seguir aos avar e aos darguin.
Mediante o avanço da guerrilha islâmica nesta zona do país, o Governo russo está num impasse e a estratégia de repressão sem tréguas posta em prática por Putin está agora a ser posta em causa. No imediato o chefe do Estado russo, Dmitri Medvedev, anunciou o reforço das medidas de segurança na capital do país, garantindo que não irá permitir que "os terroristas semeiem o terror".
No início deste mês de Abril, o metro moscovita vai passar a ter pela primeira vez detectores de substâncias tóxicas e de gás e o reforço das medidas de segurança será mantido até meados de Maio, disse o director do metropolitano de Moscovo, Dmitri Gaiev, em declarações à rádio Echo. Nas infra-estruturas de transportes vão ser instalados equipamentos especiais até 31 de Março de 2011, segundo indicou, sem especificar, um comunicado do Kremlin. DN GLOBO - PORTUGAL
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