sexta-feira, 16 de abril de 2010

Tratado de Lisboa

Presidente checo arrasa Tratado de Lisboa
Hoje

Durante uma conferência de imprensa, Klaus fez duras críticas ao documento.
"Esta conferência de imprensa não é sobre o Tratado de Lisboa." Vaclav Klaus, Presidente da República Checa, não escondeu a sua incomodidade quando ontem, em Praga, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo português, Cavaco Silva, uma jornalista portuguesa lhe perguntou pelo Tratado de Lisboa (que assinou contrariado).
A incomodidade, porém, não o levou a fugir à pergunta. "A minha opinião não mudou." "Pelo contrário", acrescentou. "É um problema aplicar tudo o que foi aprovado." E portanto "o défice democrático não diminuiu na Europa. Pelo contrário". Ao lado, o Presidente português nem pestanejava. Cavaco Silva e Vaclav Klaus conhecem-se há muitos anos, têm muito em comum nos respectivos percursos políticos (ambos economistas, ambos ex- -ministros das Finanças e ambos ex-primeiros-ministros). O Presidente português sabe que o seu homólogo está longe de ser um euroentusiasta: acha o reforço da união política uma miragem. A República Checa não está no euro nem quer estar.
Mas não foi esse o único momento em que Klaus mostrou não ter papas na língua. Questionado sobre os défices excessivos que alguns países da UE exibem - Portugal sendo um deles -, disse o que porventura Cavaco pensa mas não diz.
"Para mim é inimaginável que os países possam admitir um tal défice como aconteceu nos últimos tempos", afirmou o Chefe do Estado checo. "Como ministro das Finanças e como primeiro-ministro, eu nunca admitiria tal défice", acrescentou. Para Klaus, ao "crime" terá de corresponder um "castigo": "Aqueles que aceitaram isso agora terão de suportar as consequências do seu acto."
Cavaco foi, face à mesma pergunta, bastante mais "amável" (expressão do seu homólogo). Manifestou mesmo algum optimismo: "Neste momento surgiram já alguns sinais positivos de recuperação económica na União Europeia, embora essa recuperação seja ainda um pouco tímida." Segundo acrescentou, a sanidade orçamental portuguesa vai depender do "comportamento das economias para as quais exportamos bens e serviços e das quais recebemos os turistas que nos visitam", embora haja que estar alerta face aos riscos de "contágio" provenientes da crise grega. A visita do PR termina hoje.
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