sexta-feira, 16 de abril de 2010

PORNOGRAFIA INFANTIL

Zelador reuniu 100 mil filmes e fotos de pornografia infantil
O tribunal distrital de Zurique condenou na quinta-feira (15/4) um suíço de 54 anos a 30 meses de reclusão incondicional por ter gravado cerca de 100 mil filmes e fotos de pornografia infantil em seus computadores.
Trata-se de um dos maiores casos do gênero descobertos na Suíça nos últimos anos pelo Serviço de Coordenação da Luta contra a Criminalidade na Internet (Cyco, na sigla em inglês).
Segundo a agência de notícias SDA, durante seis anos (entre 2003 e sua prisão em julho de 2009), o zelador, que já tinha ficha na polícia, baixou dois terabytes (2 mil GB) de "material perverso" da internet e gravou em três notebooks e dois PCs.
Além disso, ele operava cinco fóruns. Num deles, ele teria publicado fotos para pessoas igualmente interessadas em pornografia infantil. Através de um programa de filesharing, ele teria disponibilizado 660 GB de vídeos e fotos a outras pessoas.
Segundo informações da Justiça divulgadas pela SDA, os arquivos continham fotos e imagens abomináveis, entre elas, de meninas e bebês violentados por adultos e de crianças nuas presas a cadeiras, mesas, camas ou em jaulas.
Crime grave
A promotora pública, Patricia Brunner, falou de um "crime grave" do infrator reincidente e pediu a pena máxima de três anos de prisão incondicional. Ele se movimentou num círculo de "abusadores de crianças e traficantes de seres humanos", acrescentou.
O homem "procurou, baixou, gravou e propagou objetiva e conscientemente as imagens abomináveis. Ao mesmo tempo, ele sequer pensou no fato de que, para cada imagem, uma criança teve de sofrer abuso", argumentou Brunner.
O advogado de defesa propôs dois anos de privação da liberdade para o réu confesso, a metade "condicional" e a outra metade deveria ser precedida por uma psicoterapia ambulatorial. Ele alegou que o crime teria der ser visto sob o pano de fundo da personalidade e do isolamento social do réu. O tribunal recomendou um tratamento paralelo à prisão.
"Perversidade abominável"
O zelador disse em seu depoimento que se arrependia "profundamente do que eu fiz". Ele acrescentou que só posteriormente tomou consciência “do quanto essas crianças tiveram que sofrer".
Ele, porém, não conseguiu explicar ao tribunal por que, algumas semanas após sua condenação por causa de pornografia em 2003, voltou a colecionar material de pornografia infantil, mas admitiu que a pena de nove meses de liberdade condicional, na ocasião, não o impressionou.
O presidente do tribunal, Philippe Ernst, falou na promulgação da sentença da gravidade do crime e da "perversidade abominável" do material. O zelador não teria manifestado qualquer compaixão ou sentimento de culpa e seu arrependimento era superficial.
"O senhor não é deficiente mental para não poder imaginar as consequências para as crianças atingidas", disse Ernst, segundo o site Tagesanzeiger.ch/Newsnetz.
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