Filmes de violência contra comunidade cigana na Net
por LUÍS MANETA Hoje
Polícia Judiciária identificou estudante de 14 anos suspeito de ter incendiado carrinha e incentivado à "violência étnica" num blogue. Mensagens e imagens ainda estão disponíveis.
Três filmes contendo imagens de, pelo menos, dois actos de vandalismo sobre carrinhas pertencentes a indivíduos de etnia cigana, em Elvas, continuam disponíveis na Internet apesar de o alegado autor, um rapaz com 14 anos, já ter sido identificado e inquirido pela Polícia Judiciária.
Genericamente denominados "porrada nos ciganos", os filmes foram colocados no portal da Internet YouTube por um utilizador denominado INMortal e já foram visualizados mais de nove mil vezes.
O primeiro - acompanhado de uma legenda que explica tratar-se de um acto de "destruição no bairro dos ciganos em Elvas" - mostra um indivíduo a partir o vidro de uma carrinha de transporte de mercadorias, com a ajuda de um martelo.
Os outros dois são posteriores e referem-se ao "ataque" ocorrido na madrugada do passado dia 29 de Março. Apesar da deficiente qualidade das imagens, provavelmente captadas através de telemóvel, é visível o acendimento de um fósforo e o início do fogo no interior de uma carrinha que se encontrava estacionada à porta do proprietário, no Bairro de São Pedro. "O que vão ver é ao ponto a que chegámos. E isto é o início", refere o autor do filme, que abriu a conta no YouTube no dia 14 de Fevereiro tendo acedido pela última vez à página há cerca de dois meses.
Originalmente, os vídeos foram colocados num blogue - também denominado ufc-inmortal - que já se encontra desactivado e onde eram divulgadas "palavras de ordem de incitamento racista", de acordo com fonte da Directoria de Lisboa e Vale do Tejo da PJ.
Fonte da Judiciária diz que o suspeito é um estudante de 14 anos que terá agido por "violência étnica". O incêndio destruiu quase na totalidade a carrinha, avaliada em cerca de 30 mil euros.
Os ânimos encontravam-se agitados depois de em Fevereiro cinco bombeiros de Elvas terem ido parar ao hospital com queimaduras graves provocadas por uma explosão de pólvora quando se encontravam a apagar um incêndio num acampamento cigano na zona das Fontainhas, junto ao parque industrial. No mesmo local, dias antes, haviam sido recebidos com agressões.
No início de Março, as barracas foram demolidas por ordem da Câmara Municipal de Elvas, tendo as quatro famílias que ali residiam sido realojadas em duas casas que se encontravam desocupadas no Bairro de São Pedro, junto ao quartel dos bombeiros, e onde vivem outras famílias rivais.
"O clima de tensão no local era evidente e começou a ser acompanhado das mensagens na Internet a incentivar à violência", diz fonte policial.
O conteúdo do blogue provocou o receio entre os moradores no Bairro de São Pedro. "Está a viver- -se um ambiente muito mau, há quem não nos queira cá", dizia um morador, horas depois de a carrinha ter sido incendiada.
Na altura, uma alegada demora na chegada dos bombeiros motivou novas agressões. Desta vez, o comandante Barnardo Bajouca viu-se rodeado por dezenas de indivíduos da comunidade cigana, tendo sido agredido com murros e empurrões que lhe causaram ferimentos no rosto e nas mãos.
por LUÍS MANETA Hoje
Polícia Judiciária identificou estudante de 14 anos suspeito de ter incendiado carrinha e incentivado à "violência étnica" num blogue. Mensagens e imagens ainda estão disponíveis.
Três filmes contendo imagens de, pelo menos, dois actos de vandalismo sobre carrinhas pertencentes a indivíduos de etnia cigana, em Elvas, continuam disponíveis na Internet apesar de o alegado autor, um rapaz com 14 anos, já ter sido identificado e inquirido pela Polícia Judiciária.
Genericamente denominados "porrada nos ciganos", os filmes foram colocados no portal da Internet YouTube por um utilizador denominado INMortal e já foram visualizados mais de nove mil vezes.
O primeiro - acompanhado de uma legenda que explica tratar-se de um acto de "destruição no bairro dos ciganos em Elvas" - mostra um indivíduo a partir o vidro de uma carrinha de transporte de mercadorias, com a ajuda de um martelo.
Os outros dois são posteriores e referem-se ao "ataque" ocorrido na madrugada do passado dia 29 de Março. Apesar da deficiente qualidade das imagens, provavelmente captadas através de telemóvel, é visível o acendimento de um fósforo e o início do fogo no interior de uma carrinha que se encontrava estacionada à porta do proprietário, no Bairro de São Pedro. "O que vão ver é ao ponto a que chegámos. E isto é o início", refere o autor do filme, que abriu a conta no YouTube no dia 14 de Fevereiro tendo acedido pela última vez à página há cerca de dois meses.
Originalmente, os vídeos foram colocados num blogue - também denominado ufc-inmortal - que já se encontra desactivado e onde eram divulgadas "palavras de ordem de incitamento racista", de acordo com fonte da Directoria de Lisboa e Vale do Tejo da PJ.
Fonte da Judiciária diz que o suspeito é um estudante de 14 anos que terá agido por "violência étnica". O incêndio destruiu quase na totalidade a carrinha, avaliada em cerca de 30 mil euros.
Os ânimos encontravam-se agitados depois de em Fevereiro cinco bombeiros de Elvas terem ido parar ao hospital com queimaduras graves provocadas por uma explosão de pólvora quando se encontravam a apagar um incêndio num acampamento cigano na zona das Fontainhas, junto ao parque industrial. No mesmo local, dias antes, haviam sido recebidos com agressões.
No início de Março, as barracas foram demolidas por ordem da Câmara Municipal de Elvas, tendo as quatro famílias que ali residiam sido realojadas em duas casas que se encontravam desocupadas no Bairro de São Pedro, junto ao quartel dos bombeiros, e onde vivem outras famílias rivais.
"O clima de tensão no local era evidente e começou a ser acompanhado das mensagens na Internet a incentivar à violência", diz fonte policial.
O conteúdo do blogue provocou o receio entre os moradores no Bairro de São Pedro. "Está a viver- -se um ambiente muito mau, há quem não nos queira cá", dizia um morador, horas depois de a carrinha ter sido incendiada.
Na altura, uma alegada demora na chegada dos bombeiros motivou novas agressões. Desta vez, o comandante Barnardo Bajouca viu-se rodeado por dezenas de indivíduos da comunidade cigana, tendo sido agredido com murros e empurrões que lhe causaram ferimentos no rosto e nas mãos.
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