Gabinete de emergência em Roraima tenta isolar vírus da dengue tipo 4 para evitar disseminação
Carolina PimentelRepórter da Agência Brasil
Brasília – Depois do registro de quatro casos suspeitos de dengue tipo 4 em Boa Vista, capital de Roraima, o Ministério da Saúde e autoridades locais tentam, agora, isolar o vírus no estado para impedir que ele chegue a outras partes do país.
Hoje (11), agentes comunitários iniciaram visitas às casas de moradores dos bairros Buritis, Santa Teresa, Pricumã e Cidade Satélite, onde foram identificados os casos suspeitos, para mapear se há novos casos. O trabalho, chamado de busca ativa, deve ser feito até o final da próxima semana, de acordo com o ministério. Outra medida adotada é a aplicação de inseticida em locais propícios para os criadouros do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. O ministério emitiu um alerta nacional sobre a possível entrada do vírus tipo 4 no país.
O sorotipo viral 4 da dengue está fora do Brasil há 28 anos, segundo o ministério. Por não circular no país durante esse período, a maior parte dos brasileiros não tem imunidade contra esse tipo da doença, situação favorável ao surgimento de uma epidemia, segundo o infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edmilson Migowiski.
Outro agravante é se a pessoa tiver contraído a dengue tipo 1, 2 ou 3 e for, depois, infectada pelo vírus tipo 4. Isso aumenta a chance de desenvolver a forma mais grave da dengue. “É uma situação extremamente preocupante. Você tem uma população que já teve dengue antes e está vulnerável a um novo vírus. O índice de letalidade pode ser muito maior”, alerta o especialista.
O coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho, que está em Boa Vista, reconhece o risco de transmissão acelerada da dengue caso ocorra a dispersão do vírus. “A possibilidade de transmissão de dengue é muito grande se esse sorotipo circular nos centros urbanos”, afirmou, em entrevista na capital de Roraima.
O ministério e as secretarias estadual e municipal de Saúde montaram uma espécie de gabinete de emergência para monitorar o vírus tipo 4 em Roraima, que integra a lista dos oito estados com a maior incidência de dengue neste ano. O sorotipo 4 circula em dez países do Continente Americano, entre eles a Venezuela, que faz fronteira com Roraima e por onde pode ter ocorrido a entrada do vírus.
Um estudo de uma fundação do Amazonas teria identificado o tipo 4 da dengue em Manaus, antes dos casos registrados em Boa Vista. Porém, o estudo foi refutado pelo Ministério da Saúde, pois as contraprovas dos exames, feitas por um laboratório do ministério, não comprovaram a presença do sorotipo.
Após exames preliminares apontarem a ocorrência do vírus 4 em Boa Vista, as amostras estão sob análise do Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, para exames complementares. De janeiro a 3 de julho deste ano, foram registrados 788.809 casos de dengue no Brasil – 158,7% a mais em comparação com o mesmo período de 2009.
Edição: Lana Cristina
Carolina PimentelRepórter da Agência Brasil
Brasília – Depois do registro de quatro casos suspeitos de dengue tipo 4 em Boa Vista, capital de Roraima, o Ministério da Saúde e autoridades locais tentam, agora, isolar o vírus no estado para impedir que ele chegue a outras partes do país.
Hoje (11), agentes comunitários iniciaram visitas às casas de moradores dos bairros Buritis, Santa Teresa, Pricumã e Cidade Satélite, onde foram identificados os casos suspeitos, para mapear se há novos casos. O trabalho, chamado de busca ativa, deve ser feito até o final da próxima semana, de acordo com o ministério. Outra medida adotada é a aplicação de inseticida em locais propícios para os criadouros do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. O ministério emitiu um alerta nacional sobre a possível entrada do vírus tipo 4 no país.
O sorotipo viral 4 da dengue está fora do Brasil há 28 anos, segundo o ministério. Por não circular no país durante esse período, a maior parte dos brasileiros não tem imunidade contra esse tipo da doença, situação favorável ao surgimento de uma epidemia, segundo o infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edmilson Migowiski.
Outro agravante é se a pessoa tiver contraído a dengue tipo 1, 2 ou 3 e for, depois, infectada pelo vírus tipo 4. Isso aumenta a chance de desenvolver a forma mais grave da dengue. “É uma situação extremamente preocupante. Você tem uma população que já teve dengue antes e está vulnerável a um novo vírus. O índice de letalidade pode ser muito maior”, alerta o especialista.
O coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho, que está em Boa Vista, reconhece o risco de transmissão acelerada da dengue caso ocorra a dispersão do vírus. “A possibilidade de transmissão de dengue é muito grande se esse sorotipo circular nos centros urbanos”, afirmou, em entrevista na capital de Roraima.
O ministério e as secretarias estadual e municipal de Saúde montaram uma espécie de gabinete de emergência para monitorar o vírus tipo 4 em Roraima, que integra a lista dos oito estados com a maior incidência de dengue neste ano. O sorotipo 4 circula em dez países do Continente Americano, entre eles a Venezuela, que faz fronteira com Roraima e por onde pode ter ocorrido a entrada do vírus.
Um estudo de uma fundação do Amazonas teria identificado o tipo 4 da dengue em Manaus, antes dos casos registrados em Boa Vista. Porém, o estudo foi refutado pelo Ministério da Saúde, pois as contraprovas dos exames, feitas por um laboratório do ministério, não comprovaram a presença do sorotipo.
Após exames preliminares apontarem a ocorrência do vírus 4 em Boa Vista, as amostras estão sob análise do Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, para exames complementares. De janeiro a 3 de julho deste ano, foram registrados 788.809 casos de dengue no Brasil – 158,7% a mais em comparação com o mesmo período de 2009.
Edição: Lana Cristina
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