terça-feira, 10 de agosto de 2010

Afeganistão

Mulher grávida executada em público por talibãs
por C.R.F.Hoje

Viúva afegã teria uma relação com um homem de quem engravidou. Autoridades dizem que foi baleada na cabeça.
Sanubar Bibi estava grávida quando foi presa por talibãs no Noroeste do Afeganistão. Depois de três dias em cativeiro, recebeu 200 chicotadas antes de ser executada em público com três tiros na cabeça, sob acusação de adultério.
A mulher afegã, que de acordo com a AFP tinha 36 anos, era viúva e terá sido assassinada por um comandante talibã local, Mohammad Yousuf, informou ontem a agência francesa, citando o número dois da polícia da província de Badghis, Ghulam Mohammad Sayeedi. Depois disso, o corpo terá sido abandonado numa área controlada pelas forças governamentais.
Entretanto, um porta-voz talibã, veio a público desmentir a implicação do grupo terrorista neste caso, que classificou como "propaganda dos meios ocidentais". "Não fizemos nada disso, nem em Badghis nem noutra província", afirmou Yousuf Ahmadi citado pelo diário espanhol El Mundo.
O mesmo jornal refere que Sanubar Bibi manteria uma relação com um homem com quem pretenderia casar-se. O homem em questão não foi punido pelo grupo extremista islâmico.
Entretanto, a presidente da Comissão Afegã Independente dos Direitos Humanos já condenou o assassínio. "Qualquer julgamento deste tipo é inaceitável e uma violação dos direitos humanos", declarou Sima Samar.
Durante o período em que os talibãs estiveram no poder, entre 1996 e 2001, pessoas acusadas de crimes de adultério eram frequentemente submetidas a apedrejamentos públicos ou a centenas de chicotadas. Para crimes de roubo, a pena normalmente aplicada era a amputação das mãos ou pés do ladrão. As relações extraconjugais continuam a ser sentenciadas com pena de morte em países como o Irão ou Arábia Saudita.
Em 1999, uma mulher tapada por uma burca foi morta com um tiro na cabeça perante 30 mil espectadores num estádio de Cabul. Foi executada por alegadamente ter matado o marido que a maltratava. Antes de ser morta esteve presa e foi torturada durante três anos.

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