Organização Helen Keller vence prémio António Champalimaud de Visão 2009. O milhão de euros será usado para levar apoio a mais crianças nos países em desenvolvimento.
A batata-doce de polpa alaranjada está a evitar a cegueira entre as crianças de Moçambique e de outros países africanos. O cultivo e consumo deste alimento tem permitido prevenir problemas dos olhos provocados pela falta de vitamina A em 1,8 milhões de crianças Por trás deste projecto está a Organização Helen Keller International (HKI) ontem galardoada com o prémio António Champalimaud de Visão 2009.
Kathy Spahn, presidente da HKI recebeu, no final da tarde, o prémio das mãos do presidente da República, Cavaco Silva. Avaliado em um milhão de euros - valor que rivaliza com o do Nobel (ver caixa) - o prémio será usado pela organização para levar este e outros projectos junto de mais crianças. "Ainda não temos planos definitivos, mas é certo que este prémio nos vai permitir aplicar os programas numa escala bem mais vasta", explicou a responsável ao DN. "Neste momento conseguimos chegar a 80% da população infantil até aos cincos anos de vida. Queremos atingir os restantes 15 a 20% ".
A acção da organização estende-se por 22 países (ver caixa em cima), a maioria africanos e asiáticos. "Na África subsaariana, 42% das crianças até aos cinco anos estão em risco devido à falta de vitamina A, fundamental para o sistema imunitário. Destas 17% ficarão cegas", diz a responsável. "Este é um grande problema mas pode ser resolvido com soluções simples".
É o caso do programa de incentivo ao consumo de batata-doce, em que as sementes são enriquecidas "com o dobro da dose diária de vitamina A recomendada" e a sua cor e textura alteradas para se tornarem mais apetecíveis para as crianças.
A organização não actua directamente mas dá formação e treino a pessoas e organizações não governamentais e religiosas no terreno para incentivarem o uso desta raiz.
"Ensinamos a cultivar, armazenar e até a cozinhar esta batata-doce de polpa alaranjada. É a nossa revolução laranja", remata.
FONTE:
DN CIÊNCIA
http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1353543&seccao=Sa%FAde
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