Jornal italiano diz que Paris dá bofetada em Roma ao fechar fronteira
Artigo publicado em 18 de Abril de 2011 - Atualizado em 18 de Abril de 2011 Durante várias horas, a circulação de trens entre a cidade italiana de Ventimiglia e a região francesa de Côte d'Azur foi paralisada
AFP/Catherine MarcianoDaniela Leiras
Durante várias horas, a circulação de trens entre a cidade italiana de Ventimiglia e a região francesa de Côte d'Azur foi paralisada AFP/Catherine MarcianoA imprensa italiana desta segunda-feira não perdoa a decisão da França deste domingo de impedir a entrada em seu território de trens que saem da cidade italiana de Ventimiglia em direção a Menton, na Côte d’Azur, transportando imigrantes tunisianos e ativistas dos direitos humanos.
A migração em massa de tunisianos do norte da África para a Europa volta a aquecer a crise diplomática entre a França e a Itália. O Corriere della Sera chama a ordem francesa de fechar o tráfego ferroviário entre Ventimiglia e Menton de "novo duelo".
O jornal La Repubblica diz que "Paris deu uma bofetada em Roma" e usa um tom dramático em seu editorial: lembra que esses refugiados, que escaparam da onda de protestos em seu país, conseguiram vistos temporários do governo italiano depois de ver seus parentes e amigos se afogarem ao tentar a travessia pelo Mar Mediterrâneo.
Cerca de 20 mil tunisianos receberam da Itália vistos de residência de seis meses, que deveriam ser válidos em todos os países da União Europeia. Mas o governo francês exige que, para entrar em seu território, eles também apresentem passaporte e provem que podem se sustentar financeiramente.
Acusada de xenofobia, a França alega que fechou a porta para evitar manifestações ilegais. Cerca de 300 tunisianos e ativistas de direitos humanos que estavam em um dos trens ameaçavam fazer um protesto para exigir a liberdade de ir e vir. Alguns deles têm parentes e amigos morando na França.
Ministros italianos criticam posição francesa
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, classificou o incidente como violação das regras de livre circulação da União Europeia.
"A Europa não vai a lugar algum se começar a construir muros entre os países", reclamou o chanceler.
Nesta segunda-feira, os trens bloqueados entre a Itália e a França tentarão novamente passar a fronteira.
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