quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Alemanha

Alemanha reconhece cumplicidade de diplomatas com crimes do regime nazi
por Agência Lusa , Publicado em 28 de Outubro de 2010
Actualizado há 7 horas
O chefe da diplomacia alemã, Guido Westerwelle, admitiu hoje culpas do ministério dos Negócios Estrangeiros nos crimes do regime nazi, facto negado ou ocultado durante décadas, segundo reputados historiadores.
Entre 1933 e 1945, o ministério “foi parte ativa da política criminosa do Terceiro Reich”, disse o político liberal, ao receber um estudo de uma comissão de historiadores sobre o envolvimento dos diplomatas alemães com o regime nazi.
“Envergonhamo-nos por o ministério dos negócios estrangeiros e muitos dos seus funcionários terem contraído graves culpas, durante a ditadura nazi”, sublinhou Westerwelle.
O ministério dos negócios estrangeiros no consulado de Adolf Hitler “foi uma instituição que se considerava uma elite, e na verdade se afundou em crimes”, acrescentou.
“Não há justificação possível, nem há atenuantes, porque o ministério dos Negócios Estrangeiros participou, com frieza administrativa, no Holocausto”, o extermínio de seis milhões de judeus pelo regime nazi, disse ainda o MNE.
Entre os documentos reproduzidos no estudo sobre o papel do ministério durante o nazismo, há, por exemplo, notas de despesas de diplomatas justificadas com viagens para assistir à “eliminação de judeus” em campos de concentração.
Poucos diplomatas resistiram ao nazismo, lamentou Westerwelle, recusando, no entanto, uma mudança de nome do ministério, exigida por alguns políticos da oposição.
O estudo da comissão de historiadores tem 900 páginas, e levou cinco anos a elaborar.
Os peritos concluíram que o ministério dos Negócios Estrangeiros estava mais envolvido na perseguição e extermínio sistemáticos dos judeus do que até agora se pensava.
Além disso, constataram que, após 1945, houve muitos esforços para ocultar o próprio passado nazi do ministério.
O relatório foi encomendado aos historiadores em 2005 pelo anterior ministro dos Negócios Estrangeiros Joschka Fischer, depois de protestos contra a publicação no boletim oficial do ministério do epitáfio de Franz Nuesslein, que foi cônsul geral em Espanha e membro do partido nazi.

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