Atentado nas zonas tribais matou 102 paquistaneses
por LUÍS NAVES
Talibãs queriam atingir chefes tribais, mas não feriram nenhum. Mataram pessoas que esperavam entrega de comida e óleo
O balanço do atentado de sexta-feira na zona tribal do noroeste do Paquistão, junto à fronteira com o Afeganistão, subiu ontem para 102 mortos e 168 feridos, muitos dos quais em estado crítico. O ataque, realizado por dois suicidas e já reivindicado pelos talibãs paquistaneses, ocorreu na zona do mercado da localidade de Yakaghund, a uma hora de grande afluência. Foi o terceiro atentado deste ano com pelo menos 90 mortos e o pior no Paquistão desde Outubro.
O atentado de Yakaghund visava matar chefes tribais que deveriam estar àquela hora numa reunião no gabinete de Rassol Khan, o administrador adjunto da região tribal de Mohmand. Os chefes tribais e o administrador saíram ilesos do ataque.
Houve duas explosões, a primeira de menor potência e a segunda maior, de explosivos que estavam num veículo. Aparentemente, os dois terroristas tentaram escapar numa motorizada. A explosão atingiu em cheio um edifício administrativo e uma zona onde havia 70 lojas.
A maioria dos atingidos estava no centro administrativo à espera da entrega de comida e óleo ou para tratar de assuntos burocráticos. Uma prisão contígua ficou parcialmente destruída e alguns detidos aproveitaram para fugir. Também havia notícia de 15 desaparecidos. O edifício administrativo ruiu e temia-se que houvesse mais vítimas sob os escombros.
A zona tribal do noroeste tem sido alvo de numerosos atentados. No distrito de Mohmand, houve recentemente acções do exército paquistanês contra os talibãs. A atracção dos líderes tribais faz parte das tácticas de contra-insurreição, mas nesta zona não houve grandes sucessos. Um porta-voz dos talibã confirmou entretanto que o alvo do atentado eram os chefes tribais.
A violência terrorista no Paquistão intensificou-se em meados de 2007 e, em menos de três anos, já provocou a morte a mais de 3500 pessoas. No dia 1 de Janeiro, um atentado durante um jogo de voleibol provocou 100 mortos. Em Maio, em Lahore, um ataque a duas mesquitas da minoria Ahmadi fez 90 vítimas mortais.
Estas acções são a resposta dos talibãs paquistaneses à campanha militar paquistanesa nas zonas tribais, a que se juntam ataques americanos com aviões não tripulados. Os analistas afirmam que o número de atentados baixou ligeiramente, mas de um nível elevadíssimo: só no último trimestre do ano passado morreram mais de 500 pessoas.
por LUÍS NAVES
Talibãs queriam atingir chefes tribais, mas não feriram nenhum. Mataram pessoas que esperavam entrega de comida e óleo
O balanço do atentado de sexta-feira na zona tribal do noroeste do Paquistão, junto à fronteira com o Afeganistão, subiu ontem para 102 mortos e 168 feridos, muitos dos quais em estado crítico. O ataque, realizado por dois suicidas e já reivindicado pelos talibãs paquistaneses, ocorreu na zona do mercado da localidade de Yakaghund, a uma hora de grande afluência. Foi o terceiro atentado deste ano com pelo menos 90 mortos e o pior no Paquistão desde Outubro.
O atentado de Yakaghund visava matar chefes tribais que deveriam estar àquela hora numa reunião no gabinete de Rassol Khan, o administrador adjunto da região tribal de Mohmand. Os chefes tribais e o administrador saíram ilesos do ataque.
Houve duas explosões, a primeira de menor potência e a segunda maior, de explosivos que estavam num veículo. Aparentemente, os dois terroristas tentaram escapar numa motorizada. A explosão atingiu em cheio um edifício administrativo e uma zona onde havia 70 lojas.
A maioria dos atingidos estava no centro administrativo à espera da entrega de comida e óleo ou para tratar de assuntos burocráticos. Uma prisão contígua ficou parcialmente destruída e alguns detidos aproveitaram para fugir. Também havia notícia de 15 desaparecidos. O edifício administrativo ruiu e temia-se que houvesse mais vítimas sob os escombros.
A zona tribal do noroeste tem sido alvo de numerosos atentados. No distrito de Mohmand, houve recentemente acções do exército paquistanês contra os talibãs. A atracção dos líderes tribais faz parte das tácticas de contra-insurreição, mas nesta zona não houve grandes sucessos. Um porta-voz dos talibã confirmou entretanto que o alvo do atentado eram os chefes tribais.
A violência terrorista no Paquistão intensificou-se em meados de 2007 e, em menos de três anos, já provocou a morte a mais de 3500 pessoas. No dia 1 de Janeiro, um atentado durante um jogo de voleibol provocou 100 mortos. Em Maio, em Lahore, um ataque a duas mesquitas da minoria Ahmadi fez 90 vítimas mortais.
Estas acções são a resposta dos talibãs paquistaneses à campanha militar paquistanesa nas zonas tribais, a que se juntam ataques americanos com aviões não tripulados. Os analistas afirmam que o número de atentados baixou ligeiramente, mas de um nível elevadíssimo: só no último trimestre do ano passado morreram mais de 500 pessoas.
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