Futuro tentou sabotar o 'grande colisionador'
por LUÍS NAVES
Dois cientistas de certa reputação avançaram com uma estranha teoria que admite intervenção de alguém no futuro sobre o 'Grande Colisionador de Hadrões' ('LHC', na sigla inglesa). Construtores da máquina querem reiniciar a experiência no final do próximo mês e as especulações sobre a segurança surgem na pior altura. É isto ficção científica, brincadeira ou delírio?
Poucos dias depois de um dos seus físicos ser acusado de terrorismo, o Grande Colisionador de Hadrões (LHC, na sigla inglesa), o maior acelerador de partículas do mundo, é objecto de nova controvérsia. O escândalo científico rebentou na sequência da divulgação, pelo New York Times, de uma bizarra teoria segundo a qual o futuro estará a sabotar a complexa máquina.
Entretanto, alheia à polémica, a equipa do CERN continua a arrefecer o acelerador, visando realizar uma nova experiência no final do próximo mês. Ontem, o LHC tinha todos os oito sectores arrefecidos a uma temperatura de apenas 1,9 Kelvin, o equivalente a -271 graus centígrados, nível ainda mais frio do que o espaço. A tão baixas temperaturas, consegue-se a supercondutividade que permite acelerar as partículas.
No ano passado, uma fuga de hélio obrigou a encerrar a máquina e a reaquecer a estrutura, para se poderem efectuar reparações dispendiosas. O LHC custou mais de 7 mil milhões de euros e as reparações, 30 milhões adicionais.
Quando estiver operacional, nas próximas semanas, o LHC permitirá realizar experiências que visam identificar o bosão de Higgs, partícula fundamental prevista no modelo-padrão do universo (a teoria mais aceite). Em textos jornalísticos, o bosão de Higgs é por vezes chamado a "partícula de Deus".
É exactamente esta partícula que motiva as posições de dois físicos, o dinamarquês Holger Bech Nielsen, e o japonês Masao Ninomiya, ideias que pela sua estranheza estão a criar uma pequena tempestade nos azares do LHC.
Os cientistas, do Instituto Niels Bohr de Copenhaga e do Instituto de Física Teórica de Quioto, publicaram (antes dos acidentes) trabalhos com cálculos em que pretendem demonstrar que o bosão de Higgs será tão bizarro para a natureza, que esta provocará ondas no tempo capazes de impedir a sua criação. A ideia (de ficção científica) foi popularizada num artigo do NYT, da semana passada, sugerindo a conspiração do tempo capaz de produzir os problemas do LHC. Nielsen e Ninomiya, citados no texto de Dennis Overbye, sugerem que a máquina não funcionará.
A teoria, naturalmente, foi recebida com escárnio pela comunidade científica, apesar de Nielsen ser um físico com reputação. O artigo do NYT refere-se às complexidades das viagens temporais, nomeadamente ao famoso paradoxo do viajante que recua no tempo e mata o seu antepassado. Neste caso, presume-se, estaríamos perante um não paradoxo de alguém que recua no tempo para salvar a vida ao seu antepassado.
Delírios à parte, haverá uma maneira de saber se Nielsen e Ninomiya estão enganados: no caso de o LHC funcionar, a teoria cai por terra ou o sabotador teve de regressar repentinamente ao nosso futuro e ao seu presente, com a missão não cumprida.
Poucos dias depois de um dos seus físicos ser acusado de terrorismo, o Grande Colisionador de Hadrões (LHC, na sigla inglesa), o maior acelerador de partículas do mundo, é objecto de nova controvérsia. O escândalo científico rebentou na sequência da divulgação, pelo New York Times, de uma bizarra teoria segundo a qual o futuro estará a sabotar a complexa máquina.
Entretanto, alheia à polémica, a equipa do CERN continua a arrefecer o acelerador, visando realizar uma nova experiência no final do próximo mês. Ontem, o LHC tinha todos os oito sectores arrefecidos a uma temperatura de apenas 1,9 Kelvin, o equivalente a -271 graus centígrados, nível ainda mais frio do que o espaço. A tão baixas temperaturas, consegue-se a supercondutividade que permite acelerar as partículas.
No ano passado, uma fuga de hélio obrigou a encerrar a máquina e a reaquecer a estrutura, para se poderem efectuar reparações dispendiosas. O LHC custou mais de 7 mil milhões de euros e as reparações, 30 milhões adicionais.
Quando estiver operacional, nas próximas semanas, o LHC permitirá realizar experiências que visam identificar o bosão de Higgs, partícula fundamental prevista no modelo-padrão do universo (a teoria mais aceite). Em textos jornalísticos, o bosão de Higgs é por vezes chamado a "partícula de Deus".
É exactamente esta partícula que motiva as posições de dois físicos, o dinamarquês Holger Bech Nielsen, e o japonês Masao Ninomiya, ideias que pela sua estranheza estão a criar uma pequena tempestade nos azares do LHC.
Os cientistas, do Instituto Niels Bohr de Copenhaga e do Instituto de Física Teórica de Quioto, publicaram (antes dos acidentes) trabalhos com cálculos em que pretendem demonstrar que o bosão de Higgs será tão bizarro para a natureza, que esta provocará ondas no tempo capazes de impedir a sua criação. A ideia (de ficção científica) foi popularizada num artigo do NYT, da semana passada, sugerindo a conspiração do tempo capaz de produzir os problemas do LHC. Nielsen e Ninomiya, citados no texto de Dennis Overbye, sugerem que a máquina não funcionará.
A teoria, naturalmente, foi recebida com escárnio pela comunidade científica, apesar de Nielsen ser um físico com reputação. O artigo do NYT refere-se às complexidades das viagens temporais, nomeadamente ao famoso paradoxo do viajante que recua no tempo e mata o seu antepassado. Neste caso, presume-se, estaríamos perante um não paradoxo de alguém que recua no tempo para salvar a vida ao seu antepassado.
Delírios à parte, haverá uma maneira de saber se Nielsen e Ninomiya estão enganados: no caso de o LHC funcionar, a teoria cai por terra ou o sabotador teve de regressar repentinamente ao nosso futuro e ao seu presente, com a missão não cumprida.
FONTE:
DN CIÊNCIA
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