quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Dador de esperma transmite doença cardíaca a 24 'filhos'
Chamemos-lhe John. Em meados dos anos 90 doou esperma, desconhecendo que sofria de uma anomalia cardíaca fatal. Até que um dos 'filhos', uma criança de dois anos, morreu subitamente.
Ricardo Lourenço, correspondente nos EUA (www.expresso.pt)
21:36 - Quarta-feira, 21 de Out de 2009
Nunca conheceram o pai, um anónimo residente em São Francisco, de 42 anos, que um dia, em meados da década de 90, registou-se num banco de esperma da cidade. A partir daí, foram geradas 24 crianças.
Uma delas morreu, tinha dois anos. As restantes têm hoje idades compreendidas entre os 9 e os 16 anos. Todas irão viver sob vigilância máxima, pois o pai sofre de uma disfunção cardíaca que pode resultar em morte súbita.
Duas delas - adolescentes - desenvolveram sintomas que indicam a possibilidade de uma ataque cardíaco iminente. À cautela, uma implantou um desfibrilador automático. Seis estão em vigilância constante. As restantes 15 nunca poderão faltar aos exames de rotina.
Esta história é revelada numa investigação médica publicada, esta semana, no jornal da Associação Médica Americana. O estudo pretende servir de alerta para a falta de exames de despistagem de doenças genéticas transmitidas por doadores.
O banco de esperma envolvido aprendeu a lição e já exige a realização de electrocardíogramas. O estudo insta todos os estabelecimentos do género a seguirem a mesma prática.
De acordo com as normas, os voluntários são obrigados a fornecer o seu historial médico, com o objectivo de eliminar doadores com doenças infecciosas ou congénitas.
Em alguns casos, os exames genéticos são obrigatórios, porém "eles incidem normalmente sobre problemas menos comuns do que os de índole cardíaco", explica Barry Maron, co-autor do trabalho, membro do Instituto do Coração de Minneapolis.
A doença de John - que lhe foi comunicada após a morte da criança de dois anos - designa-se de miocardiopatia hipertrófica ou hipertrofia do miocárdio, o que significa um crescimento anormal do músculo cardíaco (miocárdio), algo que impede o fornecimento normal de sangue ao coração.
Batimento cardíaco irregular ou problemas respiratórios são dois dos sintomas da doença, que muitas vezes passa despercebida e cujo tratamento passa por medicação ou implante de um desfibrilador automático. Doador, banco de esperma e crianças envolvidas nesta história nunca são identificados pela investigação.
FONTE:
EXPRESSO - PT

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