terça-feira, 1 de junho de 2010

Remédio permite viver o dobro com cancro

Remédio permite viver o dobro com cancro
por ANA BELA FERREIRA Ontem

Sobrevivência pode até passar dos seis para os 24 meses
A sobrevivência de doentes com cancro do pulmão está a aumentar, e nos casos mais graves um doente que sobreviveria apenas seis meses pode chegar a viver 24. Isto porque uma das mais recentes descobertas permite aumentar a vida de 15% das pessoas com cancro do pulmão em 16 meses.

A descoberta de que os doentes que têm uma mutação na molécula EGFR respondem de forma positiva a um medicamento que já era usado no tratamento - mas apenas quando outros já não fazem efeito - alargou a sobrevida destes doentes dos 12 para os 28 meses, avança o pneumologista Fernando Barata.
"A investigação feita no ano passado permitiu aumentar a sobrevida de 10 a 15% dos doentes com este tipo de cancro", sublinha Fernando Barata. No entanto, o uso em Portugal deste medicamento logo como primeira opção de tratamento ainda está à espera da aprovação do Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento).
À semelhança deste grupo específico, também os restantes doentes têm visto a sua expectativa de vida aumentar. "A sobrevida dos doentes com cancro do pulmão tem vindo a aumentar não só em quantidade como em qualidade", refere o oncologista António Araújo.
Por exemplo, uma pessoa com um cancro muito desenvolvido e que não seja tratada tem seis meses de vida. "Com os medicamentos convencionais tem cerca de 10 meses de vida e com os medicamentos dirigidos para as alterações genéticas específicas pode chegar aos 24 meses", acrescenta o coordenador da clínica do pulmão do IPO do Porto.
"Ao personalizar a terapêutica estamos a melhorar os resultados", sublinha o especialista Fernando Barata. Frisando ainda: "Em oncologia as coisas fazem-se com pequenos passos.".
A propósito do Dia Mundial sem Tabaco, que hoje (31/05/2010) se assinala, António Araújo lembra que cerca de 85% dos cancros do pulmão são causados directamente pelos cigarros. O oncologista acrescenta ainda que "não existe nenhum medicamento que previna as doenças ligadas ao tabaco". As soluções são então: "não começar a fumar de todo ou parar o quanto antes". Em Portugal, estima-se que existam 1,4 milhões de fumadores e 1,6 milhões de pessoas que abandonaram o vício. Com base no comportamento nacional estima-se que os casos de cancro nos homens estabilizem nos próximos anos. Já nas mulheres os casos devem continuar a aumentar.

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