quarta-feira, 2 de junho de 2010

PORTUGAL

Quercus quer fraldas reutilizáveis dedutíveis no IRS
por ELISABETE SILVA Hoje

As reutilizáveis evitam produção de oito quilos de resíduos por bebé por semana. E em dois anos e meio poderá poupar-se cerca de 850 euros
A Quercus quer que a compra de fraldas reutilizáveis seja dedutível no IRS. Esta é uma das formas encontradas para motivar os pais a deixarem de comprar as fraldas descartáveis. Isto, alerta a associação, para evitar a produção de oito quilos de resíduos por bebé numa semana. Como em Portugal nascem por ano cerca de 100 mil bebés, a redução de resíduos seria de 40 mil toneladas por ano.
"O problema das fraldas reutilizáveis é ter de dar o dinheiro à cabeça. O que nesta altura não é fácil. O incentivo fiscal de poder colocar no IRS seria muito importante", afirmou ao DN Carmen Lima, da Quercus.
Para convencer o Estado a aceitar esta proposta, a responsável explicou que também o Estado pode poupar dinheiro com as fraldas reutilizáveis. "Estará a poupar no encaminhamento de resíduos", referiu.
Em Portugal não existe reciclagem para este tipo de produtos, pelo que são levados para aterros ou para serem incinerados. A nível ambiental, a organização destaca a importância de as fraldas descartáveis serem preteridas pelas reutilizáveis.
A Quercus comparou a utilização das fraldas reutilizáveis com as descartáveis. "Em dois anos e meio poderá poupar-se cerca de 850 euros [se se comprar pacotes de 24 fraldas que custam entre 300 e 550 euros]. Mesmo que os pais optem por fraldas mais caras, a poupança nunca é menos de 500 euros", salientou.
Carmen Lima acrescentou a importância de explicar às pessoas que as fraldas reutilizáveis não são as antigas, que nem à máquina podiam ir: "São fraldas modernas, que podem ser lavadas na máquina a 40 graus, com outra roupa. Até podem servir para mais que um filho. Os testes revelaram que aguentam até 800 lavagens."
A responsável comentou ainda que "este tipo de fraldas previne o aparecimento de alergias". "Os pais poupam nas consultas médicas, assim como o Estado."
Por agora, é pouco expressivo o número de pais que optaram por fraldas reutilizáveis. "A curto prazo não sei se vão ser as mais procuradas, mas acredito que haverá um equilíbrio com as descartáveis", disse.
No entanto, Carmen Lima realçou a dificuldade em comprar este tipo de fraldas, que só são fáceis de encontrar na Internet. Alguns centros de pré e pós-parto também já as vão vendendo, assim como em algumas farmácias. "Gostaríamos que mais farmácias começassem a vender, para assim todos poderem esclarecer eventuais dúvidas", afirmou.

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