terça-feira, 14 de setembro de 2010

"Estado judeu"

Netanyahu exige que Israel seja reconhecido como um "Estado judeu"
por Sara Sanz Pinto, Publicado em 13 de Setembro de 2010
A segunda ronda de negociações entre Israel e a Palestina começam amanhã

"Da mesma forma que nos é pedido para reconhecer um Estado-nação Palestiniano, também exigimos e esperamos que os palestinianos reconheçam um Estado Judeu". Estas foram as declarações do primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, antes da segunda ronda de conversões sobre um acordo de paz definitivo entre os dois países. A exigência israelita, reforçada ontem, tem sido sempre rejeitada pelos palestinianos e pode continuar a ser um obstáculo nas negociações previstas para amanhã, que contarão com a presença da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. "Isto é a verdadeira fundação da paz" acrescentou ainda Netanyahu, que garante que o seu país está a tentar "com boa-fé, mas não de forma ingénua", chegar a um acordo.
Numa atitude que o líder das negociações palestiniano Saeb Erakat define como a "abordagem correcta", o primeiro-ministro israelita apresentou disponibilidade para se reunir com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, cara-a-cara, de duas em duas semanas. "Acredito que o que é preciso agora para avançarmos com o processo não é uma multiplicidade de equipas [de negociação], mas sim decisões de líderes", argumentou.
Segundo a edição de domingo do jornal Israel Hayom, a exigência de Netanyahu no reconhecimento de Israel como um Estado Judeu, é "uma prova da seriedade das intenções palestinianas no que toca ao fim do conflito". Por seu turno, os palestinianos receiam que reconhecer o Estado judaico possa comprometer a reivindicação sobre o regresso dos refugiados e respectivos descendentes que foram expulsos ou fugiram durante o conflito de 1948. O destino destas pessoas foi sempre uma questão central nas negociações de paz anteriores. Os responsáveis do Quarteto para o Médio Oriente, de Israel e da Autoruidade Palestiniana apostam em conseguir desenvolver alguma confiança entre os líderes durante o regresso das conversações de paz.
Sara Sanz Pinto

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