Milhares manifestam-se contra expulsão de ciganos
por Lusa Hoje
Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se hoje em toda a França e noutros países europeus contra a política de expulsão de ciganos e outras políticas de segurança do governo de Nicolas Sarkozy.
Em França, os protestos reuniram mais de 30 mil pessoas, segundo a polícia, perto de 90 mil, segundo os organizadores, numa dezena de grandes cidades, entre as quais Paris, Lyon (centro), Marselha (sul), Bordéus (sudoeste) e Grenoble (centro-oeste), segundo a agência France Presse.
Noutros países, como Portugal, Espanha, Bélgica ou Itália, foram organizadas manifestações que reuniram entre dezenas e centenas de pessoas em frente das embaixadas francesas nas respectivas capitais.
Os protestos foram convocados por organizações de defesa dos direitos humanos, organizações anti-racistas, sindicatos e partidos políticos de esquerda.
Em Paris, onde se manifestaram entre 12 mil e 50 mil manifestantes, o desfile foi encabeçado por ciganos romenos, atrás dos quais seguiram personalidades políticas, sindicais, associativas ou artísticas unidas pela palavra de ordem "Não à xenofobia e à política de repressão. Liberdade, igualdade, fraternidade".
Nicolas Sarkozy decidiu endurecer a política de segurança em finais de Julho, numa altura em que a sua popularidade atingiu o ponto mais baixo nas sondagens e em que o escândalo político-fiscal em torno do império L'Óreal atingiu o seu ministro do Trabalho, Eric Woerth, responsável pela controversa reforma das pensões.
A decisão de desmantelar os acampamentos ilegais de ciganos e de ponderar a retirada da nacionalidade francesa aos criminosos de origem estrangeira indignou a sociedade civil e a oposição e suscitou preocupação na ONU, no Vaticano e na Comissão Europeia.
Desde finais de Julho, cerca de mil ciganos romenos e búlgaros foram repatriados e uma centena de acampamentos ilícitos desmantelados.
Fora de França, a maior manifestação realizou-se em Roma, onde várias centenas de manifestantes se reuniram para protestar contra esta política. Em Bruxelas, o protesto fez ao som da palavra de ordem "Ciganos, imigrantes, quem mais?", em Barcelona, "Basta de deportações!", em Londres "Chega!". Em Belgrado, dezenas de ciganos entoaram palavras de ordem anti-racistas.
"A linha vermelha foi ultrapassada", afirmou hoje o presidente da Liga de Direitos Humanos francesa, Jean-Pierre Dubois.
"Esta é para mim uma jornada de combate contra o racismo e a xenofobia", disse aos manifestantes o presidente da câmara de Paris, o socialista Bertrand Delanoe.
Cerca de 15 mil ciganos vivem em França, onde beneficiam das regras de livre circulação na União Europeia. Depois de três meses no país, se não tiverem domicílio e fonte de rendimento legais, tornam-se ilegais e são passíveis de expulsão.
por Lusa Hoje
Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se hoje em toda a França e noutros países europeus contra a política de expulsão de ciganos e outras políticas de segurança do governo de Nicolas Sarkozy.
Em França, os protestos reuniram mais de 30 mil pessoas, segundo a polícia, perto de 90 mil, segundo os organizadores, numa dezena de grandes cidades, entre as quais Paris, Lyon (centro), Marselha (sul), Bordéus (sudoeste) e Grenoble (centro-oeste), segundo a agência France Presse.
Noutros países, como Portugal, Espanha, Bélgica ou Itália, foram organizadas manifestações que reuniram entre dezenas e centenas de pessoas em frente das embaixadas francesas nas respectivas capitais.
Os protestos foram convocados por organizações de defesa dos direitos humanos, organizações anti-racistas, sindicatos e partidos políticos de esquerda.
Em Paris, onde se manifestaram entre 12 mil e 50 mil manifestantes, o desfile foi encabeçado por ciganos romenos, atrás dos quais seguiram personalidades políticas, sindicais, associativas ou artísticas unidas pela palavra de ordem "Não à xenofobia e à política de repressão. Liberdade, igualdade, fraternidade".
Nicolas Sarkozy decidiu endurecer a política de segurança em finais de Julho, numa altura em que a sua popularidade atingiu o ponto mais baixo nas sondagens e em que o escândalo político-fiscal em torno do império L'Óreal atingiu o seu ministro do Trabalho, Eric Woerth, responsável pela controversa reforma das pensões.
A decisão de desmantelar os acampamentos ilegais de ciganos e de ponderar a retirada da nacionalidade francesa aos criminosos de origem estrangeira indignou a sociedade civil e a oposição e suscitou preocupação na ONU, no Vaticano e na Comissão Europeia.
Desde finais de Julho, cerca de mil ciganos romenos e búlgaros foram repatriados e uma centena de acampamentos ilícitos desmantelados.
Fora de França, a maior manifestação realizou-se em Roma, onde várias centenas de manifestantes se reuniram para protestar contra esta política. Em Bruxelas, o protesto fez ao som da palavra de ordem "Ciganos, imigrantes, quem mais?", em Barcelona, "Basta de deportações!", em Londres "Chega!". Em Belgrado, dezenas de ciganos entoaram palavras de ordem anti-racistas.
"A linha vermelha foi ultrapassada", afirmou hoje o presidente da Liga de Direitos Humanos francesa, Jean-Pierre Dubois.
"Esta é para mim uma jornada de combate contra o racismo e a xenofobia", disse aos manifestantes o presidente da câmara de Paris, o socialista Bertrand Delanoe.
Cerca de 15 mil ciganos vivem em França, onde beneficiam das regras de livre circulação na União Europeia. Depois de três meses no país, se não tiverem domicílio e fonte de rendimento legais, tornam-se ilegais e são passíveis de expulsão.
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