terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

SUIÇA

Quase 200 líbios estão proibidos de entrar na Suíça
Embaixada da Suíça em Tripoli, onde "residem" os dois suíços retidos na Líbia (Reuters)
O braço de ferro entre a Suíça e a Líbia continua e teve mais um episódio no último final de semana.
Um jornal líbio afirmou que 188 dirigentes do país estão proibidos de entrar na Suíça. O Ministério suíço das Relações Exteriores não comenta a notícia.

O jornal líbio Oea, próximo do poder, publicou um artigo afirmando que 188 dirigentes líbios, entre eles o coronel Mouamar Kadhafi e sua família, estão proibidos de entrar na Suíça.
Consequentemente, também não podem obter vistos para os demais países europeus devido aos acordos de Shengen, dos quais a Suíça é signatária.
Em Berna, o Ministério das Relações Exteriores não quis comentar a notícia.
O jornal líbio afirma que a Líbia também vai recusar vistos aos cidadãos do espaço Shengen. Isso significa que o regime líbio está isolado e que tenta jogar os europeus contra a Suíça.
“As autoridades suíças tomaram uma decisão proibindo 188 personalidades líbias de entrar em seu território, escreveu em seu site Seif Al-Islam, um dos filhos do coronel Kadhafi, tido por conhecedores do país como um dos candidatos à sucessão à frente do regime líbio.
Segundo o jornal Oea, que cita “um responsável líbio de alto nível”, a lista suíça inclui o coronel Kadhafi e sua família, membros do Congresso Geral do Povo (o Parlamento líbio), do governo, “responsáveis econômicos e oficiais militares e dos serviços de segurança.”
A fonte do jornal afirma que “essa decisão prejudica os interesses da Suíça em primeiro lugar. Se ela não for anulada, Tripoli respondera por medidas de dissuasão fundadas no princípio da reciprocidade”, acrescenta.
O jornal afirma ainda que Tripoli não dará mais vistos aos cidadãos do espaço Shengen, sem precisar a razão.
Suíça não reage
Em Berna, o Ministério das Relações Exteriores recusa-se a comentar a notícia. Depois de tentar negociar com a Líbia durante muito tempo, sem resultado, o governo suíço endureceu sua posição, em junho, limitando os vistos “excepcionalmente e em casos particulares.”
A crise entre Berna e Tripoli começou depois da detenção em julho de 2008, em Genebra de um filho de Kadhafi, Hannibal, e de sua esposa, sob queixa de dois empregados domésticos que os acusava de maus tratos. Desde então, houve diversas medidas de retorção das duas partes.
Dois suíços detidos
Desde a mesma época, dois suíços estão retidos na Líbia, acusados de “estadia ilegal” e de “exercício de atividades econômicas ilegais”. Um deles, Rachid Hamdani, foi absolvido das acusações na semana passada. Ele aguarda atualmente a restituição de seu passaporte, confiscado pelas autoridades, para deixar o país.
O outro cidadão suíço, Max Göldi, foi condenado quinta-feira passada a quatro meses de prisão por “estadia ilegal” e a uma multa de 800 dólares pela segunda acusação. No entanto, ele foi preso e continua refugiado na embaixada suíça em Tripoli, como seu compatriota Rachid Hamdani.swissinfo.ch (com agências)
FONTE:
SUISSINFO.CH - SUIÇA

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