sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Dor. E agora?

Dor. E agora?
Escrito por Editora Faz Bem

Das Dores, Dos Remédios, Saúde, Alívio. Você também deve conhecer alguém com um desses nomes. Pessoas que no nome ou no corpo passam pela vida como se fosse um vale de dor, gemidos e lágrimas. Nos leitos de hospitais, em camas caseiras, nas esquinas, ruas e praças, há alguém dolorido. Mulheres e homens, cada um com sua estrutura, estão suportando dores mais ou menos intensas. Conviver com elas significa quase nenhum prazer, simpatia e ânimo. Em alguns, ela é lenta, em outros é rápida e fulminante. Acompanha-nos desde o nascimento e por vezes tira o fôlego, nos muda de cor, paralisa, derruba, nos leva a condição de desespero e total dependência. Percebemos que alguns seres em momentos de dor extrema têm atitudes positivas. Tranqüilidade e esperança estão em suas palavras e gestos. Isso é possível por quê?

Aquele que suportou sobre si o fardo de todas as pessoas, sentindo a dor que não merecia, não escondeu as lágrimas, não reprimiu calafrios agonizantes. A dor foi tamanha que fez transpirar gotas de sangue, explodiu o coração comprimido. Apesar dos espinhos cravados na cabeça, mãos e pés transpassados, peito perfurado, sede e vergonha massacrantes, esse homem teve equilíbrio emocional, esperança profunda, confiança exemplar. Entre dores carnais e espirituais deu orientações, fez recomendações, perdoou e transplantou o coração ladrão do bandido crucificado ao lado.

Ele se preocupou com a dor de seus familiares, amigos e inimigos. Horas antes de ser condenado injustamente, lavou os pés imundos dos discípulos. Deu graças e repartiu o pão. O Mestre que foi desfigurado sabia o fim desde o começo, porém, não antecipou as dores. Isso lhe diz algo? O Libertador foi rejeitado e desprezado por todos; não era bonito nem simpático, nem tinha nenhuma beleza que atraísse a atenção. Ninguém se importou com ele. Andou na contramão, correu todos os riscos, se contorceu, aceitou o cálice mais amargo, pagou alto preço para que nossas feridas fossem saradas.

Infelizmente, é grande o número de pessoas que carregam uma pesada cruz e não conseguem fazer dela uma ponte para a vida. A coroa de espinhos, que penetra na cabeça, não lhe lembra que o Rei está no comando? Nossas dores ofuscam a visão, impedindo de olhar para cima, de onde vem o socorro. Temos dificuldade para entregar o espírito nas mãos do Pai. A exemplo do malfeitor preso no madeiro; reclamamos, duvidamos, padecemos pendurados na descrença. Sugamos da esponja do gólgota todo liquido entorpecente, escolhendo a inconsciência em vez da razão. Sujeitamos-nos a dar o grito da maioria, liberamos o Barrabas anônimo e levamos para a nossa cruz de cada dia o Famoso Carpinteiro. Esquecemos que só nele o coração pode descansar, não importa o turbilhão de emoções negativas.

Em meio à dor, é possível aprender, ensinar, morrer para caprichos pessoais, reviver. O amor cura. “As montanhas podem desaparecer, os montes podem se desfazer, mas o meu amor por você não acabará nunca”. A declaração narrada por Isaías, no verso dez do capitulo cinqüenta e quatro, é do autor da mais importante obra: nós. Ele prometeu cessar a dor e o pranto. Dá novas forças aos cansados, dá alento, lenitivo para você. Os sussurros da alma, consciente ou não, são sentidos no amorável coração. Não há uma dor sequer que não seja percebida. O Redentor lhe compreende. Debruce a cabeça pesada de preocupação sobre o peito dele, e ouvirá em cada pulsação: “Acalme-se! O Poder que criou o céu, a terra, o mar e tudo que neles há, está à sua disposição”.

Experimente se refugiar no esconderijo do Senhor da vida. Valorize o sacrifício salvívico. O Cordeiro que tira a dor do mundo, com gemidos inexprimíveis sofreria tudo sozinho, só por você. Se for seu desejo, peça agora fôlego de esperança. Confie, relaxe, faça a sua parte.

J.Washington F. Alves é jornalista, radialista e escritor.
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Texto extraído do livro E agora? A pergunta da vida.

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