quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Espionagem

Os míticos serviços secretos do Estado judaico
por LUMENA RAPOSO - Hoje
Não há país no mundo que não tenha os seus serviços secretos, o seu grupo de espiões, que recolhem informações para prevenir situações de agressão por parte de inimigos, tanto internos como externos. Muitos desses serviços, ou as suas operações, têm sido temas de livros e de filmes. A Mossad é um tema central da longa-metragem 'Munique' de Steven Spielberg - que conta como Israel se vinga da morte dos seus atletas, em 1972, pelo comando palestiniano Setembro Negro. Os britânicos, por exemplo, revêem-se no simpático - e mulherengo - espião James Bond, o agente do MI6 de Sua Majestade...
O assassínio em Janeiro, num hotel de luxo do Dubai, de Mahmoud al-Mabhouh, um dos fundadores da ala militar do Hamas, voltou a colocar a Mossad sob as luzes da ribalta. Oficialmente, os serviços secretos israelitas nada tiveram a ver com o caso mas, como afirmam várias fontes "a operação tem a marca da Mossad".
Criada em Dezembro de 1949 pelo então primeiro-ministro David Ben-Gurion, a Mossad tinha como um dos seus principais objectivos defender o jovem país através da recolha de informações. Ao longo do tempo, porém, as operações foram sendo diversificadas, consoante as "necessidades" do Estado judaico. E se para garantir a sobrevivência de Israel for necessário eliminar os seus inimigos, pois que o seja. O executor do plano não irá perder o sono por isso.
E foram os sucessos dessas operações que criaram, ao longo de seis décadas, a fama de invencível a este serviço secreto que opera preferencialmente fora das fronteiras do Estado de Israel e que responde directa e exclusivamente ao seu primeiro-ministro. A Mossad também registou fracassos .
Uma das primeiras operações acreditada à Mossad nada tem de violenta e ajudou a cimentar as relações entre Israel e os EUA: em 1956, Washington recebeu o discurso que Nikita Krutchov iria fazer no XX Congresso do PC soviético e onde denunciava o estalinismo. Uma situação verdadeiramente embaraçosa para Moscovo.
O rapto de Eichmann (ver texto ao lado) em 1960, a colocação de um agente em Damasco - embora mais tarde (1965) descoberto -, a libertação dos passageiros do avião da Air France, que fora desviado para Entebe (1967), são outras tantas operações que a Mossad realiza com sucesso. Assim como também toda a informação que ajudou Israel a vencer a Guerra dos Seis Dias, em 1967. A destruição do reactor nuclear iraquiano, em 1981, é também uma das operações bemn sucedidas da Mossad, assim como foi a de Janeiro no Dubai: um comando de 18 pessoas, munidas de passaportes europeus, consegue actuar sem ser detido. Tal como actuaram, na sua maioria sem serem detectados, todos os que, desde o massacre de Munique (1972), vingaram os atletas israelitas mortos naquela cidade alemã por um comando palestiniano.
Fracassos? O mais importante foi não terem conseguido prever a Guerra do Yom Kippur, em 1973, que poderia ter levado à derrota do Estado de Israel.
FONTE:
DN GLOBO
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1502853&seccao=M%E9dio Oriente

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