por LUMENA RAPOSO - Hoje

O assassínio em Janeiro, num hotel de luxo do Dubai, de Mahmoud al-Mabhouh, um dos fundadores da ala militar do Hamas, voltou a colocar a Mossad sob as luzes da ribalta. Oficialmente, os serviços secretos israelitas nada tiveram a ver com o caso mas, como afirmam várias fontes "a operação tem a marca da Mossad".
Criada em Dezembro de 1949 pelo então primeiro-ministro David Ben-Gurion, a Mossad tinha como um dos seus principais objectivos defender o jovem país através da recolha de informações. Ao longo do tempo, porém, as operações foram sendo diversificadas, consoante as "necessidades" do Estado judaico. E se para garantir a sobrevivência de Israel for necessário eliminar os seus inimigos, pois que o seja. O executor do plano não irá perder o sono por isso.
E foram os sucessos dessas operações que criaram, ao longo de seis décadas, a fama de invencível a este serviço secreto que opera preferencialmente fora das fronteiras do Estado de Israel e que responde directa e exclusivamente ao seu primeiro-ministro. A Mossad também registou fracassos .
Uma das primeiras operações acreditada à Mossad nada tem de violenta e ajudou a cimentar as relações entre Israel e os EUA: em 1956, Washington recebeu o discurso que Nikita Krutchov iria fazer no XX Congresso do PC soviético e onde denunciava o estalinismo. Uma situação verdadeiramente embaraçosa para Moscovo.
O rapto de Eichmann (ver texto ao lado) em 1960, a colocação de um agente em Damasco - embora mais tarde (1965) descoberto -, a libertação dos passageiros do avião da Air France, que fora desviado para Entebe (1967), são outras tantas operações que a Mossad realiza com sucesso. Assim como também toda a informação que ajudou Israel a vencer a Guerra dos Seis Dias, em 1967. A destruição do reactor nuclear iraquiano, em 1981, é também uma das operações bemn sucedidas da Mossad, assim como foi a de Janeiro no Dubai: um comando de 18 pessoas, munidas de passaportes europeus, consegue actuar sem ser detido. Tal como actuaram, na sua maioria sem serem detectados, todos os que, desde o massacre de Munique (1972), vingaram os atletas israelitas mortos naquela cidade alemã por um comando palestiniano.
Fracassos? O mais importante foi não terem conseguido prever a Guerra do Yom Kippur, em 1973, que poderia ter levado à derrota do Estado de Israel.
FONTE:
DN GLOBO
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1502853&seccao=M%E9dio Oriente
Nenhum comentário:
Postar um comentário