quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sarkozy

Sarkozy admite erros operacionais da França durante o genocídio de Ruanda
Presidente afirmou que Operação Turquesa começou 'tarde demais'.É a primeira visita de um chefe de Estado francês ao país após conflitos.
Da France Presse
25/02/10 - 10h15 - Atualizado em 25/02/10 - 12h07

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, reconheceu nesta quinta-feira (25) em Kigali, em Ruanda, "graves erros de apreciação" da França e da comunidade internacional durante o genocídio de 1994 que ocorreu no país africano. O líder francês também homenageou as vítimas, que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), chegaram a cerca de 800 mil pessoas. "O que aconteceu aqui é inaceitável, mas obriga a comunidade internacional, o que inclui a França, a refletir sobre seus erros que impediram prevenir e deter esse crime espantoso", declarou Sarkozy durante uma entrevista coletiva à imprensa ao lado do presidente ruandês, Paul Kagame.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, é ajudado pelo ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, após pisar em falso em escada ao sair do avião (Foto: AP)
Entre as falhas cometidas, Sarkozy citou "uma forma de cegueira quando não vimos a dimensão genocida do governo do presidente que foi assassinado (Juvénal Habyariama). Além disso, cometemos erros na Operação Turquesa, que foi realizada tarde demais (...)". A Operação Turquesa foi uma medida militar e humanitária iniciada pelo Exército francês em junho de 1994, três meses depois do início do genocídio. O presidente francês pediu que os responsáveis pelo genocídio sejam encontrados e castigados. "Não há nenhuma ambiguidade. Disse ao presidente Kagame: os que fizeram isso, onde quer que estejam, devem ser encontrados e castigados", declarou. Depois do genocídio de 1994, o governo de Paul Kagame acusou a França de cumplicidade por ter apoiado Juvénal Habyarimana. Paris sempre rejeitou a acusação.

O atentado que matou Habyarimana, de etnia hutu, desencadeou uma onda de ataques que resultou no genocídio. A maior parte das vítimas foi da população pertencente à etnia minoritária do país, os tutsis. A rivalidade entre os dois grupos étnicos em Ruanda é histórica.
Pouco antes, Sarkozy homenageou as vítimas do massacre ao visitar o momumento fúnebre erguido em Kigali. "Em nome do povo francês, me inclino ante às vítimas do genocídio dos tutsis (...), a humanidade manterá para sempre a memória destes inocentes e de seu martírio", escreveu Sarkozy no livro de ouro do monumento fúnebre.O chefe de Estado francês, acompanhado dos ministros ruandeses das Relações Exteriores, Louise Mushikiwabo, e da Cultura, Joseph Habineza, respeitou um minuto de silêncio diante de 14 fossas comuns do monumento, onde foram enterrados os corpos de mais de 250 mil vítimas, e depositou uma coroa de flores. Sarkozy, ao lado de seu ministro das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, e de uma delegação francesa, visitou durante cerca de 20 minutos o museu que relata a história de Ruanda da colonização belga até o genocídio. A visita de Sarkozy, a primeira de um presidente francês desde o genocídio, ocorreu três meses depois da retomada oficial das relações diplomáticas entre os dois países.

FONTE:

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1505062-5602,00-SARKOZY+ADMITE+ERROS+OPERACIONAIS+DA+FRANCA+DURANTE+O+GENOCIDIO+DE+RUANDA.html

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