Neonazis manifestam-se amanhã em Dresden
por Lusa - Hoje
Dresden vai ser palco este sábado de uma manifestação neonazi para condenar o bombardeamento da cidade há 65 anos pela força aérea dos aliados e também de um cordão humano para repudiar o aproveitamento da efeméride pela extrema-direita.
A Câmara Municipal da capital da Saxónia tentou proibir o desfile neonazi e limitá-lo a um comício numa praça secundária, mas o Supremo Tribunal Regional anulou a decisão, decidindo a favor da liberdade de manifestação.
Os juízes delegaram na edilidade, no entanto, a decisão sobre a rota do desfile neofascista, determinando também que este terá de terminar às 17:00 locais.
Em Janeiro, o Parlamento Regional da Saxónia, onde existe também um grupo parlamentar do grupo neonazi NPD, aprovou por maioria um agravamento da lei sobre o direito de reunião, abrindo a possibilidade de se proibirem manifestações em locais de grande simbolismo, como o centro histórico de Dresden.
Do outro lado da barricada estarão mais de 800 personalidades da vida pública alemã e cerca de 230 organizações antifascistas, que organizaram um cordão humano entre a Cãmara Municipal e a Sinagoga local, ao longo de mais de um quilómetro, para evocar a tragédia dos bombardeamentos aliados e, simultaneamente, repudiar a presença da extrema-direita.
A polícia, que deverá ter no sábado em Dresden mais de cinco mil efectivos do corpo de intervenção vindos de todo o país, para tentar manter a ordem, calcula que a manifestação neonazi reunirá entre seis e oito mil pessoas, e a manifestação antifascista perto de 10 mil.
A acção durará cerca de uma hora e destina-se a "sublinhar a vontade dos cidadãos de Dresden de evocar o bombardeamento da cidade, há 65 anos, com uma clara demonstração a favor da paz, da democracia e dos direitos humanos", afirma-se no manifesto.
A polícia, que estará pela primeira vez equipada com pistolas antimotim com balas de pimenta, teme confrontos entre os neonazis e grupos anarcoesquerdistas que já anunciaram também a sua adesão às actividades antifascistas.
A manifestação neonazi foi convocada pela Jugend Landsmannschaft Ostdeutschland (Grupo Juvenil da Alemanha de Leste, JLO), uma organização local, mas que tem o apoio do Partido Nacional-Democrático da Alemanha (NPD), principal força neonazi do país, que em 2009 logrou eleger pela segunda vez consecutiva deputados ao Parlamento Regional da Saxónia, em Dresden.
Segundo os serviços de inteligência da Saxónia, o desfile neonazi em Dresden para protestar contra os bombardeamentos aliados, a que os organizadores chamam "marcha fúnebre", tornou-se desde 1999 uma data importante, não só para a extrema-direita alemã, mas também para as suas congéneres europeias.
Inicialmente, só alguns grupos esquerdistas protestaram contra o desfile neofascista de 13 de fevereiro, enquanto a principal força política de Dresden, a CDU da chanceler Angela Merkel, mas também os sociais-democratas, se alheavam oficialmente dos acontecimentos, como sucedeu ainda em 2009.
Este ano, porém, o governo regional, incluindo o ministro-presidente democrata-cristão Stanislav Tillich, participa em força no cordão humano.
O ataque aéreo a Dresden, nas noites de 13 e 14 de fevereiro de 1945, foi levado a cabo pela aviação britânica e norte-americana.
O Centro histórico de Dresden ficou praticamente em ruínas, dada a dimensão dos bombardeamentos, em que morreram entre 18 mil e 25 mil civis, segundo os cálculos mais recentes de historiadores.
FONTE:
DN GLOBO
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1493303
por Lusa - Hoje
Dresden vai ser palco este sábado de uma manifestação neonazi para condenar o bombardeamento da cidade há 65 anos pela força aérea dos aliados e também de um cordão humano para repudiar o aproveitamento da efeméride pela extrema-direita.
A Câmara Municipal da capital da Saxónia tentou proibir o desfile neonazi e limitá-lo a um comício numa praça secundária, mas o Supremo Tribunal Regional anulou a decisão, decidindo a favor da liberdade de manifestação.
Os juízes delegaram na edilidade, no entanto, a decisão sobre a rota do desfile neofascista, determinando também que este terá de terminar às 17:00 locais.
Em Janeiro, o Parlamento Regional da Saxónia, onde existe também um grupo parlamentar do grupo neonazi NPD, aprovou por maioria um agravamento da lei sobre o direito de reunião, abrindo a possibilidade de se proibirem manifestações em locais de grande simbolismo, como o centro histórico de Dresden.
Do outro lado da barricada estarão mais de 800 personalidades da vida pública alemã e cerca de 230 organizações antifascistas, que organizaram um cordão humano entre a Cãmara Municipal e a Sinagoga local, ao longo de mais de um quilómetro, para evocar a tragédia dos bombardeamentos aliados e, simultaneamente, repudiar a presença da extrema-direita.
A polícia, que deverá ter no sábado em Dresden mais de cinco mil efectivos do corpo de intervenção vindos de todo o país, para tentar manter a ordem, calcula que a manifestação neonazi reunirá entre seis e oito mil pessoas, e a manifestação antifascista perto de 10 mil.
A acção durará cerca de uma hora e destina-se a "sublinhar a vontade dos cidadãos de Dresden de evocar o bombardeamento da cidade, há 65 anos, com uma clara demonstração a favor da paz, da democracia e dos direitos humanos", afirma-se no manifesto.
A polícia, que estará pela primeira vez equipada com pistolas antimotim com balas de pimenta, teme confrontos entre os neonazis e grupos anarcoesquerdistas que já anunciaram também a sua adesão às actividades antifascistas.
A manifestação neonazi foi convocada pela Jugend Landsmannschaft Ostdeutschland (Grupo Juvenil da Alemanha de Leste, JLO), uma organização local, mas que tem o apoio do Partido Nacional-Democrático da Alemanha (NPD), principal força neonazi do país, que em 2009 logrou eleger pela segunda vez consecutiva deputados ao Parlamento Regional da Saxónia, em Dresden.
Segundo os serviços de inteligência da Saxónia, o desfile neonazi em Dresden para protestar contra os bombardeamentos aliados, a que os organizadores chamam "marcha fúnebre", tornou-se desde 1999 uma data importante, não só para a extrema-direita alemã, mas também para as suas congéneres europeias.
Inicialmente, só alguns grupos esquerdistas protestaram contra o desfile neofascista de 13 de fevereiro, enquanto a principal força política de Dresden, a CDU da chanceler Angela Merkel, mas também os sociais-democratas, se alheavam oficialmente dos acontecimentos, como sucedeu ainda em 2009.
Este ano, porém, o governo regional, incluindo o ministro-presidente democrata-cristão Stanislav Tillich, participa em força no cordão humano.
O ataque aéreo a Dresden, nas noites de 13 e 14 de fevereiro de 1945, foi levado a cabo pela aviação britânica e norte-americana.
O Centro histórico de Dresden ficou praticamente em ruínas, dada a dimensão dos bombardeamentos, em que morreram entre 18 mil e 25 mil civis, segundo os cálculos mais recentes de historiadores.
FONTE:
DN GLOBO
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1493303
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