quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

salamandra gigante do Japão

Pesquisadores estudam salamandra gigante do Japão
'Andrias japonicus', conhecida por hanzaki, tem 1,7 metro e é considerada um 'fóssil vivo'.
Da BBC - 04/02/10 - 16h52 - Atualizado em 04/02/10 - 17h27


Anfíbio é resistente a fungo que está devastando populações no mundo todo (Foto: BBC)
Um grupo de pesquisadores e ambientalistas está pesquisando uma espécie de salamandra gigante, com 1,7 metro de comprimento.
Além de seu tamanho, a salamandra Andrias japonicus, conhecida como hanzaki no Japão, chamou a atenção de ambientalistas estrangeiros e cientistas japoneses pelo seu status de fóssil vivo e pelo fato de não ser atingida por um fungo que está devastando muitas outras espécies de anfíbios no mundo todo .
'Nós falamos de salamandras que geralmente cabem na palma da sua mão. Essa pode arrancar sua mão'
"O esqueleto dessa espécie é quase idêntico ao dos fósseis de 30 milhões de anos atrás", disse Takeyoshi Tochimoto, diretor do Instituto Hanzaki, perto da cidade de Hyogo (sudoeste do Japão). "Por isso é chamada de 'fóssil vivo'", acrescentou.
Macho dominante é quem cuida do ninho e dos filhotes.
"É um 'dinossauro', isso é espantoso", afirmou Claude Gascon, chefe dos programas científicos da entidade ambientalista Conservation International e também um dos líderes do grupo especialista em anfíbios da União Internacional para a Conservação da Natureza.
"Nós falamos de salamandras que geralmente cabem na palma da sua mão. Essa pode arrancar sua mão."
A salamandra examinada por Gascon está segura, presa em um tanque no centro de visitação da cidade de Maniwa, a 800 km de Tóquio.
Peixes e parentes
Além de ter 1,7 metro de comprimento, a salamandra gigante tem uma pele semelhante ao couro, uma cabeça grande e coberta de estruturas que provavelmente são sensíveis ao movimento e ajudariam a salamandra a capturar peixes.
A hanzaki tem dois parentes próximos: a salamandra gigante chinesa (A. davidianus), que tem tamanho e forma semelhantes à japonesa e pode se acasalar com ela; e uma bem menor, a Cryptobranchus alleganiensis, do sudeste dos Estados Unidos.
Geralmente as salamandras gigantes ocupam covas em margens de rio. A ocupação é feita em grupos com um macho dominante, várias fêmeas e alguns outros machos.
O macho dominante e as fêmeas liberam na água óvulos e espermatozoides e se movimentam incessantemente para misturar tudo. Os machos não dominantes talvez também liberem espermatozoides, mas o papel deles ainda não está claro.
Quando a água fica mais calma, todos deixam a cova, exceto o macho dominante, que fica para cuidar do ninho e dos filhotes.
Fora da época de reprodução, a vida da salamandra é bem tranquila, vivendo da forma mais discreta possível no rio e capturando tudo o que estiver ao seu alcance para se alimentar.
Salamandra está em um tanque no centro de visitação da cidade de Maniwa, a 800 km de Tóquio (Foto: BBC)
Criaturas como essas certamente já habitavam o planeta quando os dinossauros ainda existiam, e fósseis da família foram encontrados bem longe da restrita área onde são encontrados atualmente.
"Acredita-se que elas sejam espécies extremamente primitivas, em parte devido ao fato de serem as únicas salamandras com fertilização externa", afirmou Don Church, especialista em salamandras da Conservation International.
FONTE:
G1.GLOBO

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