quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Haiti/Epidemia

Mortos em epidemia de cólera no Haiti já chegam a 1.100
Haiti/Epidemia - Artigo publicado em 17 de Novembro de 2010 - Atualizado em 17 de Novembro de 2010
ReutersKênya Zanatta / Patricia Moribe
Além das vítimas fatais, a epidemia também provocou mais de 18 mil hospitalizações desde meados de outubro. A doença ultrapassou oficialmente as fronteiras do Haiti e chegou à vizinha República Dominicana. Um caso de cólera foi detectado no país nesta terça-feira. Após violentos confrontos entre manifestantes haitianos e capacetes azuis da ONU no norte do país, a França fez hoje um apelo à calma.
Segundo o novo balanço oficial divulgado nesta quarta-feira pelo governo haitiano, a epidemia de cólera no país já matou 1.100 pessoas e provocou a hospitalização de mais de 18 mil desde meados de outubro.
A doença ultrapassou oficialmente as fronteiras do Haiti e chegou à vizinha República Dominicana. Os dois países dividem a ilha Hispaniola, no Caribe. Um paciente haitiano de 32 anos está sendo tratado na cidade de Higuey, informaram as autoridades dominicanas. Wilmont Lowel trabalha em uma construção em Higuey e passou férias no Haiti, tendo retornado à República Dominicana no último dia 12.
Higuey fica no extremo oeste da República Dominicana, a 140 km a leste da capital São Domingo. As autoridades aumentaram o controle ao longo da fronteira para tentar conter a expansão da epidemia.
Josefina Alvarez, ministra conselheira da embaixada da República Dominicana em Paris, disse à Radio Franca Internacional que em seu país não há casos independentes da doença sem ligação com o Haiti. "Na fronteira, há medidas específicas de higiene: desinfecção com cloro das pessoas que atravessam a fronteira, além da limitação do comércio entre os dois países. E para prevenir o contágio massivo, a pessoa é imediatamente isolada, como fizemos com esse primeiro caso, e também todos os que tiveram contato com o doente", explicou Josefina Alvarez.
Confrontos
A França fez um apelo à calma no Haiti para que as eleições presidenciais e legislativas do dia 28 de novembro aconteçam em uma clima tranquilo, comunicou nesta quarta-feira o ministério das Relações Exteriores francês.
O apelo foi feito depois dos confrontos violentos que aconteceram nesta terça-feira entre manifestantes haitianos e os capacetes azuis da ONU no norte do país, pelo segundo dia consecutivo.
A França reafirmou seu apoio a Edmond Mulet, o chefe da Minustah, a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti. "As vésperas das eleições do dia 28 de novembro, a Minustah tem um papel essencial para ajudar a Polícia Nacional do Haiti na manutenção da ordem e da segurança, enquanto o país deve enfrentar uma epidemia de cólera e concluir o processo de reconstrução, com a ajuda determinada da comunidade internacional", disse Bernard Valero, porta-voz do ministério.
Ontem à noite, o presidente haitiano René Preval também lançou um apelo pedindo calma. Os soldados da ONU são apontados por parte da população como os responsáveis por terem levado o cólera para o Haiti.
Para Edmond Mulet, agitadores se aproveitaram do pânico causado pelo surto de cólera para tentar sabotar as eleições marcadas para o dia 28.
Na segunda-feira, os conflitos fizeram dois mortos e 14 feridos na cidade de Cap-Haitien e seis feridos entre os capacetes azuis da ONU na cidade de Hinche. A Minustah briu inquérito para apurar a morte de um manifestante, vítima de uma bala disparada por um soldado da ONU.
Corpo de uma vítima da epidemia de cólera que atinge o Haiti desde meados de outubro.

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