Irlanda
Papa manda chamar bispos irlandeses por causa de abusos
por PATRÍCIA VIEGAS
Papa manda chamar bispos irlandeses por causa de abusos
por PATRÍCIA VIEGAS
Papa quer discutir os escândalos sexuais sobre menores ao longo de décadas.
Bento XVI decidiu agir em relação aos escândalos de abusos sobre menores que envolvem membros da Igreja Católica na Irlanda. O Papa convocou os bispos irlandeses, de 15 a 16 de Fevereiro, para discutir o conteúdo de dois polémicos relatórios que foram divulgados o ano passado no país: um sobre abusos físicos e sexuais cometidos em instituições geridas por congregações religiosas e outro sobre o encobrimento ao mais alto nível dos abusos levados a cabo por padres da zona de Dublim.
Esta convocação surgiu "no contexto dos problemas que tem a Igreja na Irlanda", disse à AFP o padre Federico Lombardi, porta- -voz do Vaticano. Os bispos irlandeses terão recebido as convocatórias na terça-feira e anunciaram que iriam reunir-se amanhã com carácter extraordinário para evocar a actual situação. Quatro bispos irlandeses já apresentaram a demissão ao Papa e a arquidiocese de Dublim foi acusada de encobrir padres pedófilos que violaram centenas de crianças ao longo de décadas.
"Sei que nenhuma acção da minha parte vai fazer desaparecer o sofrimento das pessoas. Espero que seja honrada a verdade que os sobreviventes tanto lutaram por descobrir e que isso abra caminho a um futuro melhor", disse em comunicado o bispo Jim Moriarty, ex-bispo auxiliar de Dublim, entre 1991 e 2002. Donal Murray, da diocese de Limerick, também pediu a demissão, depois de ter sido acusado de sempre "ter sabido das queixas e suspeitas de abusos na arquidiocese".
No primeiro dia do encontro, o Papa entregará aos responsáveis religiosos uma carta pastoral, na "qual indicará quais são as iniciativas que devem ser tomadas para responder à situação", noticiou ontem o Guardian. A missiva deverá ser depois lida aos fiéis católicos irlandeses no dia 17 - Quarta- -Feira de Cinzas.
A Irlanda permanece como um dos países mais católicos da União Europeia, havendo questões que são tabu. O aborto, por exemplo, é uma delas. Na campanha para os referendos ao Tratado de Lisboa, esse foi um dos temas mais usados pelos adversários do novo documento. Tentaram criar a ideia de que o tribunal europeu poderia passar a sobrepor-se à justiça irlandesa e a autorizar a facilitação da interrupção voluntária da gravidez. Não tiveram sucesso, pois o tratado acabou por ser aprovado a 2 de Outubro de 2009.
No encontro com o Papa, os bispos poderão ainda partilhar as suas reflexões . No segundo dia irão reunir-se com os responsáveis da cúria romana, entre as quais os da Congregação para a Doutrina da Fé. Bento XVI recebera já, a 11 de Dezembro, o prelado da Igreja irlandesa, cardeal Sean Brady.
Na altura, o Papa classificou as acções de padres pedófilos como "crimes abomináveis". Bento XVI falou em "momento difícil" e indicou que iria "continuar a seguir com muita atenção este caso muito grave".
O cardeal Claudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero, afirmou recentemente que "é preciso estabelecer objectivamente de quem são as responsabilidades por tanta dor. É preciso ir até ao fim com determinação, mesmo recorrendo à justiça ordinária", para punir os culpados pelos abusos contra crianças.
Bento XVI decidiu agir em relação aos escândalos de abusos sobre menores que envolvem membros da Igreja Católica na Irlanda. O Papa convocou os bispos irlandeses, de 15 a 16 de Fevereiro, para discutir o conteúdo de dois polémicos relatórios que foram divulgados o ano passado no país: um sobre abusos físicos e sexuais cometidos em instituições geridas por congregações religiosas e outro sobre o encobrimento ao mais alto nível dos abusos levados a cabo por padres da zona de Dublim.
Esta convocação surgiu "no contexto dos problemas que tem a Igreja na Irlanda", disse à AFP o padre Federico Lombardi, porta- -voz do Vaticano. Os bispos irlandeses terão recebido as convocatórias na terça-feira e anunciaram que iriam reunir-se amanhã com carácter extraordinário para evocar a actual situação. Quatro bispos irlandeses já apresentaram a demissão ao Papa e a arquidiocese de Dublim foi acusada de encobrir padres pedófilos que violaram centenas de crianças ao longo de décadas.
"Sei que nenhuma acção da minha parte vai fazer desaparecer o sofrimento das pessoas. Espero que seja honrada a verdade que os sobreviventes tanto lutaram por descobrir e que isso abra caminho a um futuro melhor", disse em comunicado o bispo Jim Moriarty, ex-bispo auxiliar de Dublim, entre 1991 e 2002. Donal Murray, da diocese de Limerick, também pediu a demissão, depois de ter sido acusado de sempre "ter sabido das queixas e suspeitas de abusos na arquidiocese".
No primeiro dia do encontro, o Papa entregará aos responsáveis religiosos uma carta pastoral, na "qual indicará quais são as iniciativas que devem ser tomadas para responder à situação", noticiou ontem o Guardian. A missiva deverá ser depois lida aos fiéis católicos irlandeses no dia 17 - Quarta- -Feira de Cinzas.
A Irlanda permanece como um dos países mais católicos da União Europeia, havendo questões que são tabu. O aborto, por exemplo, é uma delas. Na campanha para os referendos ao Tratado de Lisboa, esse foi um dos temas mais usados pelos adversários do novo documento. Tentaram criar a ideia de que o tribunal europeu poderia passar a sobrepor-se à justiça irlandesa e a autorizar a facilitação da interrupção voluntária da gravidez. Não tiveram sucesso, pois o tratado acabou por ser aprovado a 2 de Outubro de 2009.
No encontro com o Papa, os bispos poderão ainda partilhar as suas reflexões . No segundo dia irão reunir-se com os responsáveis da cúria romana, entre as quais os da Congregação para a Doutrina da Fé. Bento XVI recebera já, a 11 de Dezembro, o prelado da Igreja irlandesa, cardeal Sean Brady.
Na altura, o Papa classificou as acções de padres pedófilos como "crimes abomináveis". Bento XVI falou em "momento difícil" e indicou que iria "continuar a seguir com muita atenção este caso muito grave".
O cardeal Claudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero, afirmou recentemente que "é preciso estabelecer objectivamente de quem são as responsabilidades por tanta dor. É preciso ir até ao fim com determinação, mesmo recorrendo à justiça ordinária", para punir os culpados pelos abusos contra crianças.
FONTE:
DN GLOBO
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