Críticas sobre H1N1 fazem OMS rever regras para pandemia
por PATRÍCIA JESUS - Hoje
OMS vai submeter-se a uma avaliação externa sobre a sua actuação face à doença.
As críticas sobre o alarme criado à volta da gripe A podem fazer com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) reveja as regras internacionais para declarar uma pandemia. Isto depois de ter anunciado, na semana passada, que vai pedir uma avaliação externa à forma como geriu a situação, na sequência de acusações de conivência com a indústria farmacêutica.
Actualmente, a principal condição para se declarar uma pandemia é a propagação geográfica da doença, mais do que a gravidade. Mas o facto de a gripe A se ter revelado, até agora, mais benigna do que os cenários iniciais - levando muitos a criticar o nível de alerta determinado - pode fazer com que a OMS mude essa regra. Para a directora-geral da organização, Margaret Chan, o problema em relação à gripe A "é a diferença entre o que esperávamos e o que se passou".
Mas para o director do Centro de Análise de Resposta à Gripe Pandémica, Constantino Sakellarides, é preciso esclarecer todas as dúvidas sobre a actuação da OMS. O especialista, que trabalhou oito anos na organização, não tem dúvidas sobre a idoneidade desta estrutura e considera a sua credibilidade fundamental para assegurar a sua eficácia no futuro. "Isto é grave porque não temos muitas instituições nas quais podemos confiar e a OMS tem sido barómetro da decência", indica. O especialista admite a possibilidade de um dos muitos peritos ser conivente com as farmacêuticas, mas considera que, no conjunto, a OMS "não é permeável" a influências económicas ou políticas.
A questão foi levantada por um grupo de parlamentares do Conselho da Europa, liderado por Wolfgang Wodarg, que acusou a OMS de ter "relações impróprias" com as empresas do sector farmacêutico e de ter contribuído para o "maior escândalo médico do século". O médico alemão, que está de saída do Conselho da Europa (CE), apresentou um documento a pedir uma investigação à "falsa pandemia", que será discutido no próximo dia 25.
Piotr Mierzewski, da divisão de saúde do CE, salienta que mesmo que esta moção seja aprovada é apenas uma recomendação ao Comité de Ministros dos 47 estados membros. "Não estamos a julgar a OMS", conclui. A indústria farmacêutica, que terá obtido lucros suplementares de 10 mil milhões de dólares graças à venda de vacinas e medicamentos contra a gripe A, já se declarou disponível para participar, bem como a OMS.
A organização decidiu entretanto realizar uma avaliação externa, mas até ontem limitou-se a indicar que esta será feita por um grupo de peritos e que será tornada pública - não se sabe ainda quando nem como. O inquérito deve esclarecer quais foram os critérios para aumentar o estado de alerta até à declaração de pandemia e se houve influência das farmacêuticas nas recomendações emitidas.
As críticas sobre o alarme criado à volta da gripe A podem fazer com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) reveja as regras internacionais para declarar uma pandemia. Isto depois de ter anunciado, na semana passada, que vai pedir uma avaliação externa à forma como geriu a situação, na sequência de acusações de conivência com a indústria farmacêutica.
Actualmente, a principal condição para se declarar uma pandemia é a propagação geográfica da doença, mais do que a gravidade. Mas o facto de a gripe A se ter revelado, até agora, mais benigna do que os cenários iniciais - levando muitos a criticar o nível de alerta determinado - pode fazer com que a OMS mude essa regra. Para a directora-geral da organização, Margaret Chan, o problema em relação à gripe A "é a diferença entre o que esperávamos e o que se passou".
Mas para o director do Centro de Análise de Resposta à Gripe Pandémica, Constantino Sakellarides, é preciso esclarecer todas as dúvidas sobre a actuação da OMS. O especialista, que trabalhou oito anos na organização, não tem dúvidas sobre a idoneidade desta estrutura e considera a sua credibilidade fundamental para assegurar a sua eficácia no futuro. "Isto é grave porque não temos muitas instituições nas quais podemos confiar e a OMS tem sido barómetro da decência", indica. O especialista admite a possibilidade de um dos muitos peritos ser conivente com as farmacêuticas, mas considera que, no conjunto, a OMS "não é permeável" a influências económicas ou políticas.
A questão foi levantada por um grupo de parlamentares do Conselho da Europa, liderado por Wolfgang Wodarg, que acusou a OMS de ter "relações impróprias" com as empresas do sector farmacêutico e de ter contribuído para o "maior escândalo médico do século". O médico alemão, que está de saída do Conselho da Europa (CE), apresentou um documento a pedir uma investigação à "falsa pandemia", que será discutido no próximo dia 25.
Piotr Mierzewski, da divisão de saúde do CE, salienta que mesmo que esta moção seja aprovada é apenas uma recomendação ao Comité de Ministros dos 47 estados membros. "Não estamos a julgar a OMS", conclui. A indústria farmacêutica, que terá obtido lucros suplementares de 10 mil milhões de dólares graças à venda de vacinas e medicamentos contra a gripe A, já se declarou disponível para participar, bem como a OMS.
A organização decidiu entretanto realizar uma avaliação externa, mas até ontem limitou-se a indicar que esta será feita por um grupo de peritos e que será tornada pública - não se sabe ainda quando nem como. O inquérito deve esclarecer quais foram os critérios para aumentar o estado de alerta até à declaração de pandemia e se houve influência das farmacêuticas nas recomendações emitidas.
FONTE:
DN CIÊNCIA
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