segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Gripe A (H1N1)

Farmacêutica nega "relações impróprias" com a OMS
por Lusa

A farmacêutica que forneceu a Portugal as vacinas contra a gripe A H1N1 considera "sem fundamento" as declarações de um membro do Conselho da Europa que acusou a Organização Mundial de Saúde de ter "relações impróprias" com a indústria.
A 14 de Janeiro, o presidente da comissão de Saúde da assembleia parlamentar do Conselho da Europa, Wolfgang Wodarg, apresentou uma moção para investigar se há conflito de interesses entre a Organização Mundial de Saúde (OMS) e as farmacêuticas.
"O maior escândalo médico do século"
Wodarg considerou que se assistiu "ao maior escândalo médico do século" e acusou a OMS de ter "relações impróprias" com as empresas do sector farmacêutico. O Conselho da Europa analisa hoje como a OMS tratou este assunto.
A porta-voz da Glaxosmithkline em Portugal, Marta Mello Breyner, lembrou à Lusa que a empresa está há 10 anos a trabalhar com a OMS e "outros interlocutores de saúde pública para um cenário de pandemia".
Investimento na investigação de vacinas e ampliação da produção em grande escala de um anti-viral entram nessa estratégia, referiu.
Relativamente à vacina, a responsável lembrou que o facto de ter sido submetido à Agência Europeia do Medicamento um protótipo contra o H5N1 (o vírus que indiciava a pandemia da gripe das aves) facilitou que rapidamente se apresentasse outro contra a estirpe H1N1.
"E o resultado foi uma aprovação mais rápida", explicou.
Todo este processo levou a um investimento superior a 2,6 mil milhões de euros, adiantou a mesma fonte.
No início de Outubro, os impactos financeiros directos da gripe A nos custos do Estado português já ascendiam a 67,5 milhões de euros com a compra de vacinas, no valor de 45 milhões de euros, e do anti-viral Oseltamivir, no valor de 22,5 milhões de euros.
O Governo gastou este ano 45 milhões de euros na compra de seis milhões de doses de vacinas contra a gripe A à Glaxo Smith Kline (GSK) e gastou, nos últimos três anos, 22,5 milhões de euros na compra do anti-viral Oseltamivir à Roche, inicialmente destinado ao combate à gripe das aves.
Por apurar estão ainda os custos indirectos, dependendo da evolução da pandemia, mas um estudo efectuado pela Deloitte, em colaboração com a Intelligent Life Solutions, refere que os custos para o Estado estão estimados em 330 a 500 milhões de euros.
Esta estimativa contabiliza as perdas em IRS, as contribuições para a Segurança Social e subsídio de doença.
Se se contar com o absentismo laboral, a Deloitte estima que a gripe A poderá originar uma redução do Produto Interno Bruto (PIB) nacional entre os 0,3 e os 0,45 por cento, ou seja, entre os 490 e os 740 milhões de euros.
FONTE:
DN GLOBO

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