segunda-feira, 16 de julho de 2012

Governo grego inicia planos para novo pacote de austeridade


16/07/2012 - 17h48 | Fillipe Mauro | Redação

Governo grego inicia planos para novo pacote de austeridade

Primeiro-ministro promete à troika corte de mais de 11 bilhões de euros no orçamento do país
Após a economia grega receber a injeção de 130 bilhões de euros aprovada no último mês de fevereiro, o ministro das Finanças do país, Yannis Sturnaras, já começou a se reunir com os representantes da troika (FMI, BCE e Comissão Europeia) para modelar uma nova série de cortes no orçamento dos serviços de bem-estar social do país.
Agência Efe

Primeiro-ministro grego durante pronunciamento no Parlamento do país na última semana.

Estimado em mais de 11 bilhões de euros, o novo pacote de austeridade engendrado pelo governo de Antónis Samarás em conjunto com o BCE (Banco Central Europeu), o FMI (Fundo Monetário Internacional) e a Comissão Europeia se estenderá ao longo de todo o biênio 2013-2014 e inclui menores salários para funcionários públicos e redução no valor das aposentadorias.
Um parecer conclusivo deve ser anunciado na próxima quarta-feira (18/07), após um encontro do primeiro-ministro com lideranças de sua base aliada. Ao lado de Evangelos Venizelos, do Pasok (Partido Socialista), e de Fotis Kuvelism, do Dimar (esquerda moderada), espera-se que Samarás determine a extinção de órgãos do governo e o corte de uma série de subsídios estatais.
No próximo dia 24 de julho, representantes da troika desembarcam no país para avalizar ou não o que o governo conservador chama de “planos de ajuste financeiro”. Antes, no próximo domingo (22/07), quem chega a Atenas é a chanceler alemã, Angela Merkel, que já anunciou que planejará os próximos posicionamentos de seu governo de acordo com as decisões que Samarás tomar.
Em entrevista à emissora de TV pública NET, Simos Kedíkoglu, porta-voz da administração grega, disse que "o governo está preocupado em não permitir que os cortes afetem os setores mais pobres e que criem problemas sociais". Ele também revelou que Samarás irá requisitar junto à troika uma ampliação dos prazos para adoção dos programas de austeridade.
Disciplina econômica
Fillipe Mauro/Opera Mundi

Ainda que a troika exija mais cortes nos gastos públicos da Grécia e persista no discurso de que o país é “indisciplinado” com suas finanças, estatísticas da Comissão Europeia revelam que, dentro da Zona do Euro, o país foi o que seguiu mais à risca projetos de austeridade econômica.
Em 2009, o déficit primário (diferença negativa entre os ingressos e os gastos do governo, desconsiderando os juros sobre a dívida) na Grécia chegava à marca dos 10,6% do PIB. Mais de três anos depois, a previsão da Comissão Europeia (que faz parte da troika) é de que o número referente a 2011 gire em torno de 2%.
Isso significa uma queda de quase oito pontos percentuais na proporção entre o que o governo grego gasta e o que arrecada. Para o mesmo período, a Espanha, outro país fragilizado do bloco, conseguiu uma redução de aproximadamente quatro pontos percentuais, saindo de um déficit primário de quase 10% do PIB para 6%. França e Holanda, bem como o conjunto da Zona do Euro, também não conseguiram maiores reduções.
Até o momento, Atenas já recebeu cerca de 380 bilhões em injeções de capital. Isso equivale a 117% do PIB do país e a uma média de 33 mil euros para cada cidadão grego. Nos últimos dois anos, a contração do PIB chegou à marca de 14%.
FONTE

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