quarta-feira, 1 de junho de 2011

ALEMANHA

Saiba mais sobre causas e prevenção da infecção intestinal na Alemanha
Helen Briggs
Editora de Saúde do site da BBC News
Atualizado em 1 de junho, 2011 - 17:04 (Brasília) 20:04 GMT
Vegetais e frutas frescas podem carregar a bactéria
Um surto da bactéria E. coli na Alemanha, aparentemente relacionado ao consumo de vegetais contaminados, matou pelo menos 16 pessoas e deixou centenas de infectados até a noite dessa terça-feira.
Saiba mais sobre a bactéria e suas causas:
O que é a E. coli?
A Escherichia coli é um tipo de bactéria presente nos intestinos de humanos e de outros animais. A maioria de suas variações é inofensiva, mas algumas produzem uma toxina que causa cólicas severas e diarreia.
O que se sabe sobre o atual surto?
A bactéria tem causado infecções sérias, afetando o sangue, os rins e, em alguns casos, o sistema nervoso central das vítimas.
Entre os sintomas, estão diarreia com sangue, falência renal e surtos epilépticos.
A variedade suspeita pelas infecções é a O104, um tipo raro. Outra cepa perigosa, conhecida como O157, causa males similares e foi associada a surtos de E. Coli ocorridos nos anos 1980.
Qual é a origem do surto?
Suspeita-se que o surto tenha se originado de vegetais contaminados. Nessa terça-feira, no entanto, investigações em Hamburgo concluíram que as acusações iniciais contra pepinos importados da Espanha não tinham fundamento.
Aparentemente, a variedade da bactéria encontrada nos pepinos era diferente da que causou as infecções.
Contaminações por E. Coli geralmente são associadas a carnes cruas e ovos, mas, recentemente, cresceram os relatos de casos com aparente contaminação por frutas e vegetais frescos.
O que fazer quanto a isso?
Autoridades alemãs pediram às pessoas que evitem pepinos, alface e tomates crus, especialmente no norte do país, onde ocorreu a maioria dos casos.
Já a agência britânica de controle de alimentos sugere que, antes do consumo, as pessoas lavem bem os alimentos, tirem as suas cascas e os cozinhem.
No entanto, para a especialista escocesa Nicola Holden, do Instituto James Hutton, estas medidas podem ser insuficientes, já que as bactérias podem estar dentro dos alimentos, e não apenas em suas cascas.
“A bactéria consegue entrar nas colheitas por diferentes meios, mais comumente pela irrigação, mas também durante o processamento e na hora da embalagem”, disse.
O que dizem outros especialistas?
O professor Brendan Wren, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, diz que a E. coli pode se alojar na superfície de itens frescos como pepinos e folhas de alface e espinafre.
“Esses tipos de E. Coli podem sobreviver a condições ambientais mais hostis que a bactéria típica e produzir toxinas danosas aos humanos”, afirma.
Para Jonathan Fletcher, especialista em microbiologia na Universidade de Bradford (Inglaterra), os mais afetados pela bactéria costumam ser as crianças e os idosos.
Já o gado costuma carregar a toxina em seu intestino sem manifestar sinais de doenças, afirma.
“Se esterco de gado é usado como fertilizante, é provável que vegetais como pepinos sejam contaminados pela E. Coli. Se estes não forem lavados corretamente, estarão presentes em número suficiente para causar infecção.”

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