terça-feira, 11 de setembro de 2012

Computadores sobrevivem um ano funcionando submersos em óleo

Computadores sobrevivem um ano funcionando submersos em óleo

Já se foi o tempo em que só as indústrias respondiam pelo grande consumo energético de um país. Grande parte da energia, atualmente, serve para alimentar laptops, tablets e outros aparelhos. Frear o uso de computadores pessoais parece impossível, mas especialistas apontam uma falha primária: grande parte dessa energia serve apenas para os sistemas de resfriamento (os chamados coolers) das máquinas. Um enorme desperdício.
Computadores individuais já consomem globalmente, em megawatts, carvão mineral o suficiente para liberar 188 milhões de toneladas de dióxido de carbono no ar. Isso equivale a 33 milhões de carros de passeio soltando poluentes. No Brasil, oásis onde a energia hidrelétrica supre grande parte das necessidades, isso chega a soar estranho. Mas o problema é grave.
Parece quase infantil, tecnologicamente falando, que o processo de manter uma estrutura de hardware em uma temperatura adequada demande um esforço tão grande. Soluções para tornar o resfriamento mais fácil e menos dependente de energia já foram tentadas, mas nenhuma se consolidou, por enquanto.

A revolução do óleo

Uma empresa americana chamada Puget Systems lançou, ainda em 2007, um computador inovador, em que os componentes eletrônicos eram mergulhados em uma espécie de aquário com óleo mineral. O curioso é que a principal vantagem propagandeada pela companhia não era o consumo energético, e sim o silêncio: o consumidor estava livre daquele barulhinho chato do sistema de ventilação.
Ao sentir o laptop queimando nas suas coxas, você já deve ter sentido a tentação de jogar uma caneca de água fria no computador, mas é obvio que essa não seria a solução mais inteligente. Estão em andamento tentativas de melhorar o resfriamento com água do mar, ou simplesmente aproveitando melhor o vento, mas o óleo mineral parece ser a novidade mais interessante.
A protagonista da vez é a famosa Intel Inside. Especializados em produção de chips, os cientistas da empresa conseguiram criar um computador completamente livre dos ventiladores, barulhentos e fortes consumidores de energia. Algumas poucas modificações foram necessárias para tornar os componentes eletrônicos aptos a serem banhados em óleo mineral.
Princípios elementares de física e química explicam a vantagem do óleo sobre outras técnicas. Devido a suas propriedades, ele é mais eficiente do que a refrigeração a ar na tarefa de combater o superaquecimento do hardware. É totalmente seguro: como o óleo não conduz eletricidade, não há perigo de haver um curto-circuito nem outra catástrofe semelhante.
Embora o meio ambiente agradeça, a principal vantagem está mesmo no bolso. Segundo estimativas da própria Intel, o óleo mineral reduz de 10% a 20% a necessidade de energia para resfriar um computador. Esse percentual, no entanto, equivale a uma redução de 50% nos custos para montar o sistema de resfriamento, já que elimina as peças da ventoinha.
O que ainda está faltando, dessa forma, é que mais empresas comprem esta ideia e resolvam investir em linhas de produção de computadores refrigerados a óleo mineral. Os especialistas já visualizam um futuro assim. [The New York Times/Green Revolution Cooling]
FONTE

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