sábado, 18 de agosto de 2012

Descolamento da retina

Descolamento da retina
 
Perda parcial da visão de maneira súbita, flashes luminosos, manchas que se mexem conforme o movimento dos olhos. Esses sintomas podem estar associados ao descolamento de retina, problema que pode gerar graves sequelas se não for diagnosticado e tratado logo.
A retina é a camada mais interna do olho, responsável por captar os estímulos que são transformados em imagens. Em uma analogia, essa estrutura ocular funciona como o filme de uma máquina fotográfica analógica. O descolamento ocorre por causa de uma rasgadura ou buraco nessa camada, que permite a entrada do líquido existente no próprio olho, fazendo com que o tecido da retina se descole ou se levante.
“O descolamento de retina pode ser espontâneo, mas o evento básico está associado ao descolamento do vítreo, que é uma substância gelatinosa e transparente que ocupa a maior parte do olho e que está em contato com a retina”, explica Erika Sayuri Yasaki, médica oftalmologista do Einstein.
Segundo a especialista, o vítreo é uma estrutura bem firme em pessoas jovens, mas vai se tornando fluida com o passar dos anos, podendo ocorrer o seu descolamento. O vítreo acaba se desprendendo da retina e, nas regiões de maior adesão, pode originar uma rasgadura nesse local.
Entre os sintomas do descolamento de vítreo estão as chamadas moscas volantes, manchas que a pessoa enxerga e que se mexem com o movimento do olho. Geralmente, elas são observadas em ambientes mais claros, com paredes muito brancas, e em locais de alta luminosidade. “A mancha pode ser mais ou menos perceptível, dependendo do local que ocupa no campo de visão. Se está no campo de visão central, vai estar sempre presente; se estiver no campo de visão periférico, será menos perceptível”, afirma a Dra. Erika.
A degeneração vítrea faz parte do processo de envelhecimento. É um problema frequente, principalmente em pessoas com mais de 50 anos, mas que não leva obrigatoriamente ao descolamento da retina, que é um evento agudo. “Descolamento de vítreo é muito comum. Muita gente tem mosca volante, que é um sintoma do descolamento de vítreo. O que é raro é descolamento da retina. Este exige providências rápidas em termos de tratamento, a fim de evitar danos permanentes à visão”, ressalta a oftalmologista.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do descolamento de retina é feito com exame clínico com pupilas dilatadas, utilizando um aparelho de foco de luz e lente de aumento que permite fazer um mapeamento da retina, observar as bolsas de líquido no tecido e a rasgadura.
O tratamento é cirúrgico e a técnica mais adotada hoje em dia é a vitrectomia, procedimento minimamente invasivo para retirada do vítreo, realizado atualmente com microinstrumentos. No procedimento, o gel vítreo é removido e é feita a drenagem do líquido sub-retiniano, já que há acúmulo de líquido abaixo da retina descolada. O sistema de laser é utilizado para selar a rasgadura e facilitar a cicatrização no local.
Descolamento da retina No final da cirurgia, é colocado um substituto para o vítreo retirado: um gás (SF6 ou C3F8), que é absorvido pelo organismo entre 30 e 60 dias, ou óleo de silicone, que é removido cirurgicamente depois de um período de quatro a seis meses. Nesse intervalo de tempo, o próprio organismo vai produzindo o líquido natural do olho, o chamado humor aquoso.
Embora a vitrectomia exista há cerca de três décadas, a técnica evoluiu bastante nos últimos anos, com equipamentos de melhor desempenho, lentes de qualidade óptica superior de campo amplo e ótimo sistema de iluminação. Nem todos os centros oftalmológicos no Brasil, porém, dispõem desses recursos tecnológicos mais avançados.
O fato de serem instrumentos extremamente finos (com espessura um pouco maior que a de uma agulha de insulina) diminui os riscos de inflamação e o desconforto dos pacientes. A técnica também dispensa as pequenas suturas (pontos) necessárias nos procedimentos tradicionais. Em geral, em relação à técnica convencional (a retinopexia, cirurgia que envolve a implantação de uma banda de silicone externamente ao olho), os riscos de retorno do problema são menores na vitrectomia.
“No paciente com descolamento de retina ocorre um processo que chamamos de proliferação vitreorretiniana, que é um processo de cicatrização que acontece junto com o descolamento. Trata-se de um crescimento de células para cicatrização que faz com que a retina fique rígida. Com um equipamento mais eficiente, que corta melhor e consegue remover todo o vítreo, é menor a chance de haver uma proliferação vitreorretiniana e, portanto, um retorno do descolamento”, afirma a Dra. Erika.
O tratamento do descolamento de retina é cirúrgico. A técnica mais adotada hoje em dia é a vitrectomia, procedimento minimamente invasivo realizado com microinstrumentos
Normalmente, uma semana após a cirurgia de vitrectomia a pessoa pode retomar as atividades intelectuais. Para as atividades físicas o prazo é maior, em torno de 30 dias. O paciente deve fazer o acompanhamento periódico com o oftalmologista, inclusive com avaliação do olho não atingido inicialmente.
Após a cirurgia, a recuperação visual vai depender do descolamento de retina ter ou não afetado a mácula, a área do fundo do olho responsável pela visão de leitura e de detalhes. Se o descolamento de retina foi diagnosticado em seu início e ainda não tiver atingido a mácula, o paciente vai voltar a ter a visão que tinha antes. Caso tenha afetado a mácula, é possível que tenha sequelas em termos de perda de visão. Portanto, se evolução das técnicas cirúrgicas é bem-vinda, segue sendo fundamental o diagnóstico precoce. Uma avaliação anual é especialmente recomendada para quem se enquadra nos fatores de risco, como miopia, doenças degenerativas da retina, traumas e antecedentes na família.
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