Guerra urbana

Guerra urbana: as 10 cidades mais violentas do mundo

Data de publicação : 7 Dezembro 2010 - 3:12pm

Por Marco Hochgemuth (Foto: AlexS)

Eindhoven está sofrendo com a violência e criminalidade. A cidade está há anos na lista das mais violentas da Holanda, mas nos últimos tempos o problema tem ficado mais sério. Execuções no centro da cidade, assaltos a residências com armas automáticas, granadas jogadas em coffeeshops. Fala-se de uma guerra de drogas e o partido PVV acha que o exército tem que se envolver.

Parece muito grave, e para padrões holandeses realmente é. Mas em nível mundial nem tanto, se comparado às cidades mais violentas do mundo.

 1. Ciudad Juárez, México. Habitantes: 1,4 milhão

Ciudad Juárez, na fronteira entre México e os Estados Unidos é há vários anos o epicentro de uma guerra sangrenta que já ultrapassou todos os limites. Desde 2007 a criminalidade em Ciudad Juárez aumentou 800%. No último ano, foram cometidos 2700 assassinatos – 191 por 100 mil habitantes. Com isso, a cidade mexicana tem 212 vezes mais homicídios que Eindhoven, onde esta cifra é de 0,9 por 100 mil habitantes.

 2. San Pedro Sula, Honduras. Habitantes: 800 mil

San Pedro Sula foi por muito tempo um lugar onde pouco acontecia, assim como Eindhoven. A cidade apareceu nas manchetes durante a crise econômica que atingiu Honduras depois do devastador furacão Mitch, em 1998. Em todo o país surgiram gangues de jovens criminosos – as chamadas ‘maras’ - e San Pedro Sula foi o reduto da mais notória: a Mara Salvatrucha (MS-13). Tráfico de drogas, extorsão e assassinato de membros de gangues rivais são práticas corriqueiras desta ‘mara’, e isso pode ser visto nas estatísticas de San Pedro Sula: 119 assassinatos por 100 mil habitantes.

 3. Caracas, Venezuela. Habitantes: 3,2 milhões

A capital da Venezuela foi conhecida durante anos como a ‘capital dos assassinatos’ no mundo, mas nos últimos anos os números do crime diminuíram um pouco. Embora os críticos digam que as autoridades em Caracas não divulgam números corretos. Assim como a maioria das grandes cidades na América Latina, o tráfico de drogas e as gangues de jovens são os principais responsáveis pelo alto número de assassinatos, sequestros e estupros. Caracas contou no último ano 94 assassinatos por 100 mil habitantes

 4. Nova Orleans, Estados Unidos. Habitantes: 340 mil

Nem todas as cidades mais violentas estão na América Latina. A cidade com o maior índice de assassinatos dos EUA fica não fica muito atrás. Mesmo antes do furacão Katrina, Nova Orleans era uma das cidades mais pobres dos EUA, com alto índice de desemprego, sistema de educação ruim e enorme problema de drogas. Nos bairros mais problemáticos, a polícia agora tem postos permanentes. Isso parece ter trazido algumas melhoras. Mas Nova Orleans ainda tem um alto índice de assassinatos: 62 por 100 mil habitantes.

5. Cidade do Cabo, África do Sul. Habitantes: 3,4 milhões

Mais da metade de todos os assassinatos na África do Sul acontecem na Cidade do Cabo. Mas a criminalidade na cidade está muito mais baixa nos últimos anos. O número de roubo de carros caiu quase 25% desde 2008 e o de assaltos com violência diminuiu 20%. Isso foi resultado das medidas drásticas tomadas para a Copa do Mundo de 2010.

 6. Moscou, Rússia. Habitantes: 10,4 milhões

A cidade líder do crime na Europa é sem dúvida Moscou. Outras metrópoles europeias têm em média 2 assassinatos por 100 mil habitantes e Moscou, com 9,6, está bem acima disto. Muitos dos problemas da capital russa são causados por extremistas, gangues de jovens xenófobos e extorsões por membros da máfia. A título de comparação: não Eindhoven mas Amsterdã teve no último ano 3,8 assassinatos por 100 mil habitantes, principalmente pelo aumento de tiroteios na região sudeste da cidade.

 7. Port Moresby, Papua Nova Guiné. Habitantes: 300 mil

A capital de Papua Nova Guiné foi apontada em 2004 pela revista The Economist como ‘a pior cidade do mundo’ e desde então a situação não mudou muito. E é difícil mudar, com índices de desemprego de 60%. Port Moresby é insegura principalmente por causa das gangues juvenis, as chamadas ‘raskols’. Estas gangues se transformaram de ‘simples’ ladrões de clubes em um ramo profissional do crime organizado. E nos últimos anos, impulsionadas pela corrupção desenfreada, já são um fator de influência política em Papua Nova Guiné.

 8. Rio de Janeiro, Brasil. Habitantes: 6 milhões

Nas praias da Zona Sul quase não se percebe, mas sim nas favelas. Ali, há décadas a polícia trava uma guerra sangrenta contra traficantes e criminosos. O Rio tem hoje em média 35 assassinatos por 100 mil habitantes. Em 2008, foram criadas as unidades de polícia pacificadora (UPP) - para tirar as favelas do domínio dos traficantes. Depois o exército também foi acionado. Estas ações parecem ter ajudado. Entre 2009 e 2010 o número de assassinatos no Rio caiu 21%.

9. Bangcoc, Tailândia. Habitantes: 9 milhões

O sudeste asiático é, segundo as estatísticas, um pouco mais seguro do que muitas outras regiões do mundo. Em Bangcoc os moradores e turistas estão em melhores condições do que em Caracas ou na Cidade do Cabo. A capital tailandesa ainda tem, no entanto, muitos problemas com fraude, corrupção e com o tráfico de drogas em constante expansão. Já assaltos violentos e assassinatos são menos comuns

 10. Bagdá, Iraque

O número de atentados suicidas e outros tipos de violência de guerra diminuiu muito no último ano, mas a capital iraquiana ainda não tem um aparelho policial que realmente funcione bem. Também faltam estatísticas confiáveis, mas ainda ocorrem assassinatos diariamente em Bagdá e muitas pessoas são sequestradas e roubadas.

 Menção especial: Mogadíscio. Habitantes: 2 milhões

Estima-se que Mogasdíscio seja na verdade a cidade mais perigosa do mundo. Uma cidade onde diariamente muitos são mortos e feridos na luta entre o exército e os rebeldes islâmicos. Onde criminosos e piratas são completamente livres para atuar, porque não há governo. Uma cidade onde reina o caos. O serviço de ambulâncias de Mogadíscio contou no último ano 4200 civis mortos pela violência, mas não existem estatísticas confiáveis sobre a criminalidade na cidade.

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