quinta-feira, 14 de julho de 2011

TRÁFICO E VENDA DE MENORES

Bolívia: Denúncia de tráfico e venda de menores em Potosí
Data de publicação : 14 Julho 2011 - 1:29pm
Por Beatriz Díez Hernando (Imagem: Capítulo Boliviano de Derechos Humanos)
Segundo a Defensoria del Pueblo de Bolívia, todos os anos milhares de menores saem do país em condições suspeitas. Rolando Villena, titular da Defensoria, vai mais além e denuncia que na região de Potosí crianças são vendidas por quantias equivalentes a menos de 5 euros.
Recentemente foi realizado em La Paz o fórum internacional ‘Tráfico de Crianças e Adolescentes: Realidades e Desafios’, patrocinado pela organização Visión Mundial e pela Defensoria del Pueblo. Durante a reunião, representantes de várias organizações dos países da região concordaram em estabelecer mecanismos de cooperação que ajudem a pôr um fim no tráfico de menores.
Durante o fórum, o defensor Rolando Villena declarou que, segundo dados da Defensoria, a cada ano cerca de 15 mil crianças saem do país pelas fronteiras de Bermejo, Yacuiba e Villazón, ao sul da Bolívia. “Temos estatísticas de crianças e adolescentes, jovens e adultos desaparecidos, dos quais não se tem informação de seu paradeiro”, disse Villena, que não pôde dar cifras exatas “porque não há uma política de acompanhamento que permita ter estatísticas atualizadas”.
Villena também fez uma denúncia ainda mais grave: na região de Potosí, menores seriam vendidos por preços entre 20 e 50 bolivianos (de 2 a 5 euros).
O presidente boliviano, Evo Morales, reagiu com estupor aos dados e anunciou que solicitará um informe especial à Defensoria del Pueblo para enfrentar o problema.
“Estas informações são alarmantes e devem ser investigadas”, declarou Morales, destacando que foram implementados programas de luta contra a pobreza em Potosí, e que o departamento é, depois de Tarija, um dos que mais recebe recursos do Estado. O presidente boliviano salientou que quer mais dados sobre a denúncia, como por exemplo, em que províncias foram detectados os desaparecimentos.
Trabalho escravo e prostituição
Em declarações à Radio Nederland, o defensor Rolando Villena disse que o destino dos menores que saem da Bolívia e dos que são vendidos a terceiros pode ser o trabalho escravo em países vizinhos, como a Argentina, ou a prostituição e o comércio sexual. Villena lamenta que até agora o Estado não disponha de políticas públicas para atender a estas situações, mas é otimista em relação às demonstrações de compromisso e cooperação regional que surgiram durante o fórum internacional em La Paz.
O governo boliviano prepara atualmente a versão final de uma lei contra o tráfico de pessoas. Gardy Costas, viceministra boliviana de Igualdade de Oportunidades, informou que o texto da lei chegará ao legislativo no mês de agosto.
“Estamos apoiando a lei que foi elaborada em consulta nacional a partir da Comissão de Direitos Humanos. Chegamos agora a uma versão final que será apresentada nas próximas semanas”, assegurou Costas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário