Confirmada condenação de bispo por negação do Holocausto
por Lusa Hoje
O bispo inglês Robert Williamson foi hoje novamente condenado pela justiça alemã a pagar uma coima por ter negado a existência do Holocausto, em que morreram seis milhões de judeus.
Em segunda instância, o prelado conservador foi condenado hoje no tribunal regional de Regensburg (Baviera) a pagar 6.500 euros, depois de no primeiro julgamento a pena ter sido de 10.000 euros. A redução da coima deve-se a um novo cálculo dos rendimentos do arguido, e não a uma mudança de opinião da justiça germânica
O advogado de Williamson já anunciou, no entanto, que voltará a recorrer da decisão, desta vez para o Supremo tribunal regional, em Nuremberga.
Williamson, 71 anos, membro da Irmandade de S. Pio X, organização católica ultra-conservadora, e residente em Londres, não esteve presente, tal como já tinha acontecido no primeiro julgamento, e fez-se representar pelo seu advogado.
Williamson é acusado de ter posto em causa a existência de câmaras de gás nos campos de concentração nazis e de ter afirmado que o regime hitleriano não assassinou durante o Holocausto cerca de seis milhões de judeus, como inúmeros historiadores sustentam, mas sim entre 200 mil e 300 mil.
Estas declarações foram feitas durante uma entrevista a uma cadeia de televisão sueca, em Novembro de 2008, mas retransmitidas na Alemanha, onde a negação do Holocausto é crime punível por lei.
O advogado do bispo anglicano, Matthias Losshmann, voltou hoje a sublinhar em tribunal que o seu constituinte não contesta ter minimizado o Holocausto. No entanto, não o fez premeditadamente e, além disso, sublinhou que a entrevista televisiva não devia ser mostrada na Alemanha, alegou o causídico.
Na Suécia, a lei não considera crime a negação do Holocausto. O jornalista sueco que fez a entrevista não depôs em tribunal, por motivos que se prendem com a lei do seu país. No entanto, disse ao jornal alemão Sueddeutsche Zeitung que não assumiu qualquer compromisso com Williamson sobre a transmissão da sua peça.
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