Cientistas dos EUA apresentam projeto de bioimpressora, que pretende imprimir tecido humano
Máquina ainda está em desenvolvimento, mas pode começar a ser usada em apenas cinco anos. Equipamento vai curar ferimentos e queimaduras de pele imprimindo novo tecido no paciente
Redação Época
Pesquisadores da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo uma bioimpressora, máquina que será capaz de imprimir material biológico humano, como a pele. O intuito é desenvolver uma forma de curar rapidamente ferimentos, principalmente os cortes e as queimaduras sofridas durante as guerras, que precisam ser tratados rapidamente.
O estudo é desenvolvido por um grupo de cientistas do Instituto Wake Forest de Medicina Regenerativa, e foi inspirado nos sistemas encontrados nas impressoras comuns. Em palestra no encontro anual da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), o pesquisador Vladimir Mironov, da Universidade Médica da Carolina do Sul, disse que “a impressora usa uma tinta que parece um gel que contém células humanas misturadas a ele”.
O diretor do Instituto Wake Forest, Anthony Atala, disse que o projeto ainda está em fase de desenvolvimento, e que pode levar ainda cinco anos para que possa começar a ser usado no tratamento de pessoas queimadas ou feridas, mas esse já é considerado, pela AAAS, um dos mais importantes estudos já apresentados.
No último domingo (20), a Sociedade se reuniu em Washington, aonde foi apresentado, pela primeira vez, o protótipo da impressora, chamado de Fab@Home 3D. Os pesquisadores imprimiram, no evento, um modelo feito de silicone da cartilagem de uma orelha humana. Segundo os cientistas, a impressora contém ainda um sistema que escaneia e identifica os ferimentos para depois reconstruir, camada após camada, o material biológico.
A impressora biológica possui um componente tridimensional que “imprimirá” pele nova com facilidade em ferimentos. O processo tem várias etapas: primeiro tira-se uma pequena amostra da pele do paciente, depois os médicos separam o material biológico da amostra e colocam as células para se multiplicarem in vitro.
“Nós expandimos as células em quantidades altas. Depois que fizermos essas novas células, o próximo passo é colocá-las no cartucho da impressora e imprimí-las no paciente”, disse Atala à CNN.
As pesquisas ainda estão utilizando apenas tecidos biológicos mais finos, mas os pesquisadores já estão focados na recuperação da pele em ferimentos profundos e mais complexos, como queimaduras. Ainda falta muito, porém, para que a bioimpressora possa ser utilizada nos hospitais para recuperar pele humana.
“A pele é um dos principais tecidos biológicos que nós tentamos implementar na impressora para os pacientes”, disse James Yoo, professor do Instituto de Wake Forest. O diretor do Instituto garantiu que o intuito da pesquisa é beneficiar a medicina civil também, e afirmou que os cientistas já conseguiram recriar pele humana saudável em laboratório.
Um vídeo da apresentação dos pesquisadores no Seminário da AAAS está disponível no Youtube. Confira abaixo.
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