segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Aparelho digestório

‘Segundo cérebro’pode ter influência em ânimo
Segundo pesquisas, existe uma conexão entre o 'segundo cérebro' e o de verdade, o que ajuda a determinar o estado emocional
26/02/2011
A estimulação do nervo que conecta o cérebro com o intestino pode ajudar na depressão (Fonte: Corbis)
A ansiedade e o nervosismo podem causar muito mais do que a sensação de ‘frio na barriga’, podem ser também a explicação de como o funcionamento do aparelho digestório influencia nossos sentimentos.
De acordo com o pesquisador Michael Gershon, da Universidade de Columbia, existe um segundo cérebro no corpo humano, chamado de sistema nervoso entérico. Ele está localizado nas paredes do tubo intestinal e contém cerca de 100 milhões de neurônios.
Esse “pequeno cérebro” tem uma conexão direta com o cérebro de verdade e ajuda a determinar o estado mental do indivíduo. Doenças como a inflamação intestinal e a prisão de ventre afetariam o ânimo das pessoas, de acordo com a pesquisa.
“O sistema nervoso entérico fala ao cérebro e este órgão responde. O intestino pode afetar o estado de ânimo, e a estimulação do nervo principal, chamado vago, que conecta o cérebro com o intestino, pode ajudar a aliviar a depressão e a tratar a epilepsia”, explica Gershon, autor do livro ‘The Second Brain’.
De acordo com outro estudo, conduzido por cientistas canadenses, a flora intestinal também se relaciona com a conduta e a memória.
Segundo Stephen Collins, da Universidade McMaster em Ontário, as bactérias que formam a flora intestinal são capazes de se comunicar com o cérebro, além de ter um papel importante no combate a algumas doenças digestivas.
Collins e sua equipe conduziram uma série de experimentos com ratos de laboratório e constataram diversas mudanças quando esses animais tinham contato com bactérias. Os cientistas comprovaram que as mudanças de conduta dos ratos se relacionam com mudanças na química cerebral.
“As mudanças nas bactérias poderiam explicar, em grande medida, os problemas físicos e de conduta sofridos pelas pessoas afetadas pela síndrome do intestino irritado, uma doença inflamatória intestinal”, explicam os cientistas. Entre 60% e 80% das pessoas afetadas pela síndrome sofrem também de estresse, ansiedade e depressão.

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