por Lusa Um estudo de cientistas europeus usou software de posicionamento global (GPS) para confirmar o mito de que as pessoas acabam por andar em círculos, por muito que queiram caminhar em frente.
O trabalho foi realizado por investigadores do Instituto Max Planck para Cibernética Biológica, da Alemanha, e publicado na edição de hoje da revista Current Biology. "O que descobrimos é que as pessoas andam realmente em círculos", afirmou o principal autor da investigação, Jan Souman.
O estudo de nove pessoas a caminhar no deserto e numa floresta mostraram que todos tendiam a andar em círculos e/ou a desviar-se de uma linha recta quando nada tinham para os guiar, explicou.
No deserto, foi dito a duas pessoas para caminharem sempre a direito durante o dia. Neste caso, embora nenhum tenha percorrido um círculo completo, ambos se desviaram de uma linha recta. Outro voluntário caminhou durante a noite, em fase de lua cheia, mas desviou-se várias vezes sempre que o luar era tapado por nuvens e acabou a dirigir-se ao ponto de partida.
Noutro teste, seis estudantes foram levados para uma floresta grande e plana, tendo-lhes sido pedido para caminharem em linha recta. Quatro deles fizeram o percurso sob céu nublado, com o sol encoberto por árvores ou nuvens. Todos acabaram por andar em círculos apesar de pensarem que seguiam em frente.
Os outros dois conseguiram andar relativamente a direito, mas porque havia sol, justifica Souman. "As pessoas que caminhavam em círculos na floresta não conseguiam ver o sol", afirmou.
Todos os nove foram seguidos com GPS, tendo as suas rotas sido mapeadas digitalmente. Como os do deserto, os que caminharam na floresta conseguiram manter-se em linha mais recta quando havia sol descoberto.
Todavia, com uma venda nos olhos e tampões nos ouvidos, "as pessoas fazem todo o tipo de coisas", segundo o autor. "Fazem em círculos ou ziguezagues e é realmente difícil encontrar um denominador comum", realça.
Quanto ao motivo da realização dos estudos, Souman explicou que estes resultados, juntamente com os de futuros testes, servirão para compreender como é que o cérebro humano se serve dos estímulos sensoriais, desde a visão à audição, para ajudar à orientação.
FONTE:
DN CIÊNCIA
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