Mulheres são estupradas em acampamentos de refugiados no Haiti, diz Anistia Internacional
A Anistia Internacional diz que a violência sexual no Haiti aumentou
As mulheres que vivem nos acampamentos improvisados no Haiti enfrentam um risco cada vez maior de estupro e violência sexual, segundo a Anistia Internacional.
Em um relatório divulgado nesta quinta-feira, a organização afirmou que as haitianas costumam ser vítimas de homens armados que rondam os acampamentos à noite.
Mais de um milhão de pessoas ainda vivem em condições precárias em acampamentos na capital Porto Príncipe e no sul do Haiti, após o terremoto que matou 230 mil e deixou 300 mil feridos, em janeiro de 2010.
A Anistia Internacional disse ainda que nos 5 meses após o tremor, mais de 250 casos de estupro foram registrados por um grupo local de apoio à mulheres.
Mais de 50 mulheres vítimas de violência sexual descreveram suas experiências em depoimento aos representantes da Anisitia, que anexaram os relatos ao relatório final.
Insegurança
O pesquisador da Anistia Internacional no Haiti Gerardo Ducos, disse que o governo haitiano ignorou, até agora, a situação das mulheres e meninas nos acampamentos.
"As mulheres, que já precisam lidar com a perda de parentes e amigos e que tiveram suas casas destruídas no terremoto, agora enfrentam também o trauma de viver sob a constante ameaça de ataques sexuais", disse.
Segundo o relatório, a destruição de postos policiais e tribunais no país dificultou a denúncia e a punição destes crimes.
O policiamento dos acampamentos é escasso e muitas vítimas de estupro dizem ter ouvido dos policiais que "eles não podiam fazer nada" após comunicá-los dos ataques.
"Mulheres e meninas se sentem abandonadas e vulneráveis. Gangues armadas atacam quando querem porque os bandidos se sentem seguros, já que há pouca chance de que sejam punidos", disse Ducos.
Uma das mulheres ouvidas pela Anistia Internacional, Suzie, contou que ela e uma amiga foram vendadas e estupradas diante de seus filhos na madrugada do dia 8 de maio de 2010.
"Depois que eles saíram, eu não consegui fazer nada, não tive nenhuma reação. Mulheres vítímas de estupro deveriam ir ao hospital, mas eu não fui porque não tinha dinheiro e não sei onde há uma clínica que oferece tratamento", disse.
FONTE
"Depois que eles saíram, eu não consegui fazer nada, não tive nenhuma reação. Mulheres vítímas de estupro deveriam ir ao hospital, mas eu não fui porque não tinha dinheiro e não sei onde há uma clínica que oferece tratamento", disse.
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